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Enquanto enxugava as lágrimas com as mãos, Salete da Silva, 37 anos, via a madeira que ela diz que seria usada para a construção da casa própria ser apreendida e a serraria que servia de sustento para a família, fechada.

Depois de passar um tempo morando em terra arrendada no Paraguai e oito anos embaixo de lona em acampamentos, ela acreditava, de um ano para cá, que a vida mudaria para melhor. Para comprar os equipamentos da serraria, Valmir Gugenski precisou vender o único carro da família – uma caminhonete avaliada em menos de R$ 20 mil.

"Tenho 52 anos e nunca tinha trabalhado com madeira", conta Valmir, que tinha ficado os anos anteriores "trabalhando pros outros".

Os 14 hectares do lote são tomados por plantações de pínus e eucalipto. "Aqui nem horta dá. Por que deram pra gente uma área que não dá pra plantar e não deixam cortar a madeira?", questiona Salete. A assentada alega que tem autorização para cortar 400 metros cúbicos para fazer a casa e liberar espaço para a rede de energia elétrica e afirma que não tinha nem cortado tudo. Garante ainda que a família foi incentivada por técnicos do Incra a investir no corte de madeira. "Será que a gente vai ter de viver pra sempre na miséria?", lamentou, aos prantos.

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