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A direção da Sercomtel enviou, na semana passada, ao Ministério Público os comprovantes dos pagamentos de R$ 17,7 milhões feitos pela Copel diretamente à empresa municipal de telefonia, em 1998, quando da venda de 45% de suas ações à companhia estadual de energia. A auditoria 11/00, realizada pelo Tribunal de Contas conclui que "não há elementos suficientes que comprovem os pagamentos efetuados pela Copel diretamente à Sercomtel". A auditoria consta do parecer enviado à Câmara Municipal de Londrina, no Norte do Paraná, sugerindo a reprovação da prestação de contas da Prefeitura de Londrina referente a 1998, ano em que a transação foi feita, durante o terceiro mandato do ex-prefeito Antonio Belinati (PP).

O pedido para que a documentação fosse apresentada foi feito no começo de setembro pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público. Na segunda-feira, a assessoria de imprensa da Sercomtel confirmou o envio da documentação e os valores dos pagamentos feitos em 1998, quando da venda das ações. O JL procurou a promotoria para saber sobre os documentos, mas a promotora Leila Voltarelli está de férias e o promotor Renato Lima Castro está atuando na 6ª Vara Criminal e ainda não tinha avaliado o material enviado pela Sercomtel.

Os pagamentos, que segundo o TC carecem de comprovação, são os de R$ 13,824 milhões, feito em 15 de maio de 1998; R$ 2,970 milhões, efetuado em 28 de maio de 1998; e R$ 953 mil, efetuado em 15 de dezembro de 1998.

Em maio de 1998 a Prefeitura de Londrina vendeu 45% das ações da Sercomtel para a Copel por R$ 186 milhões, mas nem todo o dinheiro chegou aos cofres municipais. Na época, a Prefeitura admitiu ter recebido R$ 117 milhões em seus cofres, sendo os valores restantes pagos diretamente pela Copel a credores do Município. De acordo com o relatório do TC, R$ 39,3 milhões foram pagos diretamente aos bancos Financeiro e Industrial de Investimentos e FonteCindam para liquidar empréstimos feitos pela Prefeitura junto as duas instituições.

Outros R$ 17,3 milhões foram pagos à Banestado Corretora para pagar um empréstimo feito pela Prefeitura em dezembro de 1997. Além desses valores, foram pagos R$ 17,7 milhões diretamente à Sercomtel, sob o argumento de quitar dívidas do Município com a empresa.

A venda das ações da Sercomtel para a Copel é investigada pelo Ministério Público Estadual. Parte dos recursos teriam sido desviados naquele que ficou conhecido como caso AMA/Comurb.

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