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Os jornalistas José Marcos Lopes, Rogério Galindo e Rosana Félix, que, juntamente com Bruna Walter, foram premiados com a série de reportagens Crime Sem Castigo | Hugo Harada/Agência de Notícias Gazeta do Povo
Os jornalistas José Marcos Lopes, Rogério Galindo e Rosana Félix, que, juntamente com Bruna Walter, foram premiados com a série de reportagens Crime Sem Castigo| Foto: Hugo Harada/Agência de Notícias Gazeta do Povo

Crime Sem Castigo

Clique para ler a série completa no site da Gazeta do Povo

A série Crime Sem Castigo, da Gazeta do Povo, conquistou, nesta quarta-feira (13), a categoria regional Sul do Prêmio Esso 2013, mais importante e tradicional premiação de jornalismo do país. Publicadas entre 4 e 12 de agosto deste ano, as reportagens mostraram como a lentidão na investigação de assassinatos na capital paranaense leva à alta impunidade – nos últimos 10 anos, apenas 4% dos acusados foram condenados.

A série demandou um ano e meio de pesquisas em investigações. Nesse período, os repórteres Rogerio Waldrigues Galindo, Bruna Maestri Walter, José Marcos Lopes e Rosana Félix analisaram mais de 145 mil páginas de mil inquéritos policiais, relativos a homicídios dolosos (com intenção de matar), ocorridos em Curitiba, entre 2010 e 2013. "Foi um período que pegava três governos estaduais, para reforçar nossa hipótese de que não se tratava de um problema de determinado governo, mas da estrutura deficiente da polícia paranaense", explica Rosana Félix.

A pauta, explica Galindo, era antiga, mas estava pendente pela dificuldade de acesso aos documentos. Após percorrer o caminho dos inquéritos – Ministério Público, Tribunal do Júri, Vara de Inquéritos – os jornalistas constataram problemas como: demora na abertura de inquérito policial e na oitiva de testemunhas, o que torna mais difícil resolver o processo. "Teve um caso que, quando a polícia foi ao local atrás de testemunhas, o bairro não existia mais. A Cohab já tinha tirado as pessoas de lá. Em 50 casos, as testemunhas morreram antes de ser ouvidas, e, na maioria das vezes, só três pessoas eram ouvidas por crime", detalha Galindo.

A deficiência técnica da polícia também é um problema apontado pelos repórteres, já que, em 81% dos casos, não havia prova técnica relacionada no processo. A morte dos suspeitos antes da condenação é outra situação comum. "Há mais suspeitos assassinados do que condenados, o que mostra que a pena de morte imposta pela rua é mais eficiente do que a justiça estatal", diz Galindo.

Os ganhadores da categoria ressaltam a importância do trabalho em equipe na conquista. Com os dados levantados, os jornalistas contaram com apoio dos setores de fotografia, vídeo e infografia da Gazeta do Povo, além do apoio de editores e estagiários. "É um trabalho extenuante, que exigiu muito da equipe, por isso, ficamos felizes que tenha sido reconhecido", comemora Rosana. "Esse tipo de reportagem é uma tendência mundial, ainda incomum no Brasil, mas que o jornal tem incentivado. Basta ver a série Diários Secretos", completa Galindo, referindo-se ao trabalho da Gazeta em parceria com a RPC TV, que levou a principal categoria do Prêmio Esso de Jornalismo, em 2010.

Outra série de reportagem da Gazeta do Povo, Órfãos da Seca, de autoria do jornalista Mauri König, concorria ao prêmio Esso na mesma categoria de Crime Sem Castigo.

Veja a lista completa de contemplados no site do Prêmio Esso 2013.

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