
Curitiba O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), aparece na frente na corrida para a Presidência da República em 2010, segundo a pesquisa CNT/Sensus, divulgada ontem. A Confederação Nacional do Transporte (CNT) ofereceu aos entrevistados uma lista com 22 nomes. Serra tem 12,8% das intenções de voto. O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), aparece na 10.ª posição, com 1,5% dos votos.
A CNT elaborou duas outras listas. Na primeira, no confronto entre Ciro Gomes (PSB) e o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), Ciro tem melhor desempenho. Na segunda, Serra vence Ciro Gomes. A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, aparece na terceira posição nas duas situações.
A cientista política e professora do departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Luciana Veiga, afirma que os números da lista em que são apresentados 22 nomes de candidatos à Presidência da República estão muito fragmentados e dentro da margem de erro. Isso mostra, segundo ela, mais um conhecimento de nome do candidato do que de intenção de voto. Mas a cientista política chama a atenção para o fato de que, somados, os candidatos do PSDB conseguem 38%. Em 2006, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve 58,93% de intenção de votos no segundo turno. "Esses porcentuais mostram que a intenção não mudou muito em relação à eleição de 2006", diz ela.
Já as duas outras listas, em que aparecem apenas três nomes, revelam que Serra é mais conhecido pelo eleitorado do que Aécio, segundo Luciana. Para ela, isso se dá pelo fato de Serra ter concorrido à Presidência em 2002, de ter uma forte militância dentro do partido e por ser o símbolo do anti-governo Lula. "O Serra canaliza melhor toda a oposição contra o governo Lula, e o Aécio nunca adotou uma postura francamente contra o PT", explica.
A pesquisa também analisou se o eleitor votaria em um candidato apoiado ou apontado pelo presidente Lula. Dos entrevistados, 10,8% disseram que votariam apenas no candidato apoiado por Lula; 25,4% declararam que poderiam votar; 27,3% disseram que não votariam no candidato indicado por Lula e 32,4% disseram que somente conhecendo o candidato para decidir se votariam ou não. "Isso mostra que, se a eleição fosse hoje, o Lula ainda seria um bom patrono", afirma Luciana.
Sobre a reeleição, 57,4% dos brasileiros são favoráveis à reeleição do presidente da República, dos governadores de estado e dos prefeitos; 38,2% são contra a reeleição. Em abril de 2006, esses índices eram, respectivamente, 65,4% (a favor) e 28,2% (contra).
A pesquisa CNT/Sensus quis saber, ainda, por quantos mandatos o presidente deveria ocupar a Presidência. Para 45,7%, por um mandato apenas; para 36,8%, por dois mandatos; para 12,3%, por três mandatos.
Para 43,6%, o mandato do presidente deveria ser de 4 anos com reeleição. Para 34,1% deveria ser de 4 anos sem reeleição. Para 9,2% deveria ser de 5 anos com reeleição. Para 9,1%, deveria ser de 5 anos sem reeleição. Os índices de março de 2004 eram 47,2%, 28,5%, 7,5% e 5,5%, respectivamente.
Para Clésio Andrade, presidente da CNT, "a instituição da reeleição deve ser mantida nos moldes atuais, sem mudanças de regras que poderiam suscitar problemas de legitimidade".
A maioria dos brasileiros (58,9%) entende que o voto deveria ser facultativo; já 38,4% acham que deve ser obrigatório. Em maio de 2005, 40,9% achavam que o voto no Brasil deveria ser obrigatório, e 56,4% que não.
No caso de voto facultativo, 58,1% afirmam que votariam nas eleições para presidente, governador e prefeito. 27,9% disseram que não votariam, e 11,1% que dependeria das eleições e dos candidatos.
Avaliação
A avaliação positiva do governo Lula registrou 46,5%, e a avaliação negativa, 16,5%. Em junho de 2007, a avaliação positiva do governo Lula registrava 47,5%, e a negativa, 14%.
A aprovação do desempenho pessoal de Lula registra 61,2%, e a desaprovação, 32,5%. Em junho de 2007, a aprovação do desempenho pessoal de Lula estava em 64%, e a desaprovação em 29,8%.



