Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
ensino superior

Servidores iniciam greve em federais

Paralisação por tempo indeterminado envolve funcionários da UFPR, UTFPR e Funpar. Atendimento no Hospital de Clínicas não foi afetado

Sindicato dos servidores pendurou faixa anunciando a greve na entrada do restaurante universitário central, em Curitiba | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Sindicato dos servidores pendurou faixa anunciando a greve na entrada do restaurante universitário central, em Curitiba (Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo)

Cerca de 6 mil servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), da Fundação da UFPR para o Desenvolvimento da Ciência, da Tecnologia e da Cultura (Funpar) – da qual faz parte o Hospital de Clínicas (HC) – e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) estão em greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada na manhã de ontem, depois de uma assembleia que reuniu 250 servidores no restaurante universitário do Centro de Curitiba.

Apenas um servidor da UFPR, Antônio Neris de Souza, votou contra. "O nosso único instrumento para lutar é a greve, mas acho que estão banalizando o movimento. Não faz sentido o Paraná fazer algo isolado." Souza se referia à decisão da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra) de parar no dia 25 de abril, caso não existisse avanço nos diálogos. "Orienta­mos as bases para seguir nosso calendário, mas ninguém é obrigado a adotar", diz o coordenador-geral da entidade, Rolando Malvasio Júnior.

Os funcionários paranaenses abordam na pauta de reivindicações três assuntos principais: a derrubada da Medida Provisória (MP) 520/2010, que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares S/A (EBSERH); a campanha contra o Projeto de Lei 549/2009 (que prevê que, até 2019, a despesa com pessoal e encargos sociais da União não exceda o valor liquidado no ano anterior); e a campanha salarial.

Aumentar o piso da categoria do atual 1,8 salário mínimo para três salários mínimos é um dos pedidos do Sindicato dos Tra­balhadores em Educação da UFPR, UTFPR e Funpar/HC (Sin­ditest). "Somos o pior salário do funcionalismo público e não nos comparamos com o Judiciário. Cargos na Fundação Nacional do Índio [Funai] de nível médio pagam mais do que um funcionário com curso superior que atua em laboratórios da UFPR", diz o diretor do sindicato, Bernardo Pilotto.

Sobre a MP 520, o Sinditest acredita que haverá uma "privatização" dos serviços de saúde "Não há explícito em nenhum artigo, mas a medida, junto com as declarações dos ministérios da Saúde e da Educação, nos leva a crer que o Sistema Único de Saúde será afetado para a criação de vagas para convênios", diz Pilotto. Para tentar barrar a medida, o Sinditest tem mobilizado movimentos estudantis e entidades de saúde para que a votação seja contrária no Congresso. O sindicato espera que outros estados iniciem greves ainda nesta semana.

Serviços afetados

A paralisação não engloba os docentes das universidades nem os médicos do HC, porém, atendimentos administrativos nas universidades devem ser afetados, segundo o Sinditest. Serviços considerados essenciais, como os de saúde, manterão 30% do funcionamento. Segundo a assessoria de imprensa do HC, ontem não havia "contabilização de nenhum funcionário em greve" e todos os setores estavam operando com quadro completo. A técnica em enfermagem da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HC Ana Paula Cunha esteve presente na assembleia e afirmou que um e-mail circulou no hospital dizendo que a greve fora cancelada. "Achei muito estranho e liguei para o sindicato. Por isso, muita gente acabou não se mobilizando." A assessoria informou que não tem conhecimento sobre o e-mail.

O reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, disse que a universidade "estranhou" o posicionamento do Sinditest, já que vai contra a Fasubra. "A decisão não está em sintonia com a pauta nacional, mas respeitamos o direito dos servidores à greve." De acordo com o reitor, a adesão dos servidores ontem foi baixa, o que não prejudicou o atendimento aos alunos na universidade.

Semana

O Sinditest organizou ações para toda a semana. Hoje, os servidores participam de um seminário sobre saúde do trabalhador no auditório do HC a partir das 8h30. Amanhã, outra assembleia acontece pela manhã no restaurante universitário central.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.