Cuidados com a higiene precisam ser redobrados
Independentemente da causa do aumento das ocorrências de diarreia e vômito, cuidados com a higiene precisam ser redobrados, até para evitar que outras pessoas também se contaminem.
O superintendente de Vigilância em Saúde da Sesa, José Lúcio do Santos, afirma que ninguém precisa deixar de tomar banho de mar. O que deve ser feito é evitar levar as mãos à boca quando estiver na água e após sair do mar. O banhista também deve ter cuidado para não ingerir a água do mar.
Outra falha de higiene que muitos veranistas cometem é se alimentar na areia da praia após sair do mar sem lavar as mãos. O ideal é antes de qualquer refeição as mãos sejam higienizadas. Mas, se isso não for possível, deve-se segurar o alimento com um guardanapo descartável, tomando cuidado para não tocá-lo.
Já se o problema for ocasionado por questões relacionadas à conservação e ao modo de preparo dos alimentos, a orientação é para que os veranistas tenham muita atenção ao escolher o estabelecimento em que irão fazer as refeições e devem observar a higiene do local. É preciso também ter atenção ao prazo de validade dos produtos comprados no Litoral (FL).
A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) vai analisar se o aumento no número de casos de diarreia e vômito no Litoral estão relacionados à falta de balneabilidade nas praias. Amostras coletadas pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) serão analisadas ao Laboratório Central do Estado (Lacen-PR) para verificar se existem vírus ou bactérias na água que estejam relacionados com as contaminações. A Secretaria Municipal de Saúde de Matinhos registrou aumento de 15% dos casos de 3 a 9 de janeiro. E de acordo com a secretaria, os casos continuam aumentando. Em Curitiba, a Secretaria Municipal de Saúde também registrou aumento de 51% nos casos. De acordo com secretaria de Curitiba, a maioria é de pacientes que retornaram do Litoral.
A primeira amostra para análise foi enviada ao Lacen no fim da semana passada e durante esta semana outras coletas foram feitas para respaldar o resultado do estudo epidemiológico. Segundo o superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde, José Lúcio dos Santos, a análise irá demonstrar se bactérias ou vírus são o foco da doença. "Ainda não sabemos qual é o foco da gastroenterite, mas a água do mar é umas das possibilidades analisadas. Nesse momento, nenhuma hipótese pode ser descartada", afirma Santos.
Outra possibilidade é de que problemas com a conservação dos alimentos tenham provocado os casos de diarreia e vômito. Para Santos, pode ter ocorrido que alimentos tenham sido mal-conservados em balneários diferentes ou que várias pessoas tenham escolhido locais com falhas de higiene para se alimentar. "Nessa época do ano, normalmente, é comum haver aumento de infecções gástricas por causa da alimentação. É uma hipótese e estamos investigando", argumenta.
Essa não é a opinião do médico infectologista Alceu Fontana Pacheco Júnior - chefe do Serviço de Epidemiologia do Hospital Evangélico e presidente da Sociedade Paranaense de Infectologia que, em entrevista à Gazeta do Povo na terça-feira (26), afirmou ser difícil que fosse um problema localizado. Nesse caso, explica o médico, haveria um número reduzido de pessoas com os sintomas e seria fácil identificar o foco causador. "Pelo número de pacientes é possível se tratar de diarreia viral e não de diarreia alimentar", explica o infectologista. Para Pacheco, a hipótese mais provável é de que o problema seja ocasionado pela água do mar contaminada.
Até esta quinta-feira (28), a Sesa ainda não tinha dados sobre o número de pessoas que apresentaram o problema, o que deverá ocorrer após a análise do estudo epidemiológico, segundo Santos. "Precisamos saber se existe relação entre os pacientes que apresentaram os sintomas, e se há ligação com a causa do problema", explica o superintendente de Vigilância em Saúde.
Para que a análise seja completa, além das análises anteriores, a Sesa está fazendo um levantamento com as pessoas que apresentaram diarreia e vômito. A secretaria precisa saber quando essas pessoas chegaram ao Litoral, quais eram os seus hábitos alimentares, se nadaram no mar, entre outras questões, explica Santos.
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