O secretário da Segurança Pública do Paraná, Reinaldo de Almeida César, determinou, na manhã desta segunda-feira (21), que medidas emergenciais devem ser tomadas no Instituto Médico Legal (IML) em resposta às denúncias feitas na última semana pela Comissão de Direitos Humanos da OAB. Dentre as providências imediatas está o sepultamento de 60 corpos nos próximos dias. Nesta segunda, deverão ser enterrados 15; e na próxima quinta-feira, mais 60 não-identificados. Na última sexta-feira, o levantamento realizado por funcionários do IML cadastrou 119 corpos que estão armazenados nas câmaras frias.
As outras medidas dizem respeito a contratação de 160 funcionários e a aquisição de mais 25 viaturas para atender às 17 unidades existentes do IML em todo o estado. Para o próximo ano, a sede própria do IML Curitiba também será ser entregue. O secretário, no entanto, não confirma a localização. Segundo ele, o projeto da nova sede foi aprovado somente em junho de 2010, e está orçado em R$ 15 milhões. A Gazeta do Povo vem discutindo o assunto desde 2008.
Está prevista para os próximos 60 dias, a inauguração das unidades de Paranavaí, Toledo, Paranaguá e União da Vitória. No mesmo período, deverá ser aberto o processo licitatório para a construção de sedes em Maringá, Foz do Iguaçu, Londrina e Ponta Grossa. Além disso, a Sesp deverá solicitar à Secretaria Nacional Anti-Drogas um novo cromatógrafo (equipamento usado para fazer exames toxicológicos em vítimas a fim de identificar substâncias químicas no corpo), que virá somar ao existente e que encontra-se em conserto. "Estamos assumindo o compromisso de resolver definitivamente os problemas que estão ocorrendo no IML, através de ações emergenciais", afirma o secretário de Segurança Pública.
Os relatórios da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA), da Vigilância Sanitária e da Sanepar, que estiveram vistoriando as dependências do IML na sexta-feira (18), deverão ser entregues nos próximos dias. Entre os motivos da visita está a identificação do despejo do necrochorume (líquido preto proveniente da decomposição do cadáver) e as denúncias de exposição de funcionários a radiação sem o devido controle.
