Sete bares, lanchonetes e restaurantes de Curitiba inspecionados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não passaram pela aprovação do órgão para receber selos de qualidade para a Copa do Mundo de 2014.
Os estabelecimentos com pendências são Albatroz, Clube do Malte, Costelão do Gaúcho, Engenho de Minas, Mondo Birre, Mr. Green Healthy Food e Pata Negra. (Veja no box ao lado o que os proprietários têm a dizer sobre a avaliação da Anvisa.)
Confira a lista completa com as avaliações feitas pela Anvisa em Curitiba
Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (5), foram 143 os estabelecimentos avaliados pela Anvisa, localizados em seis rotas gastronômicas: Santa Felicidade, Juvevê, Centro Histórico, Avenida das Torres, Mateus Leme e Batel.
Os estabelecimentos são classificados por categoria. Veja box ao lado. Na A, figuram 64 estabelecimentos (44,4%). Na categoria B, 58 restaurantes e bares (40,3%), e, na categoria C, 15 locais (10,4%). Em maio, durante a primeira fase das inspeções, apenas 7% dos estabelecimentos foram classificados na categoria A e 51% dos participantes estavam na categoria B.
Os sete (5,56%) estabelecimentos com pendências não foram interditados ou autuados por não configurarem estado grave, mas devem se regularizar o mais rápido possível para evitar qualquer multa, de acordo com o diretor de Saúde Ambiental da Secretaria Municipal da Saúde, Luiz Armando Erthal.
"Para inglês ver"
À reportagem, a Vigilância Sanitária do município afirmou não poder passar mais detalhes sobre os critérios não preenchidos pelos sete estabelecimentos. Erthal disse apenas que "os restaurantes apresentaram alguma pendência, seja na organização e limpeza, controle de tempo e temperatura ou manipulação de alimentos, mas nada grave".
Tanto a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) quanto a Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) são favoráveis a todo tipo de fiscalização e metodologia de aprimoramento de seus serviços. Contudo, a Abrabar é contra a padronização de classificação dos estabelecimentos.
"Essa tarefa caberia à Embratur [Instituto Brasileiro do Turismo]. A avaliação da Anvisa é preciosista e não leva em conta as diferenças de cada restaurante. Ela só vem a onerar os preços e a criar um mal estar", conta o presidente da Abrabar, Fábio Aguaio.
Para Aguaio, nenhum proprietário de bar ou restaurante quer ser B ou C. E o presidente da Abrabar questiona também o amplitude do projeto. "Curitiba tem 12 mil estabelecimentos de alimentação. E só 143 foram inspecionados. É menos de 2% do total. Isso é inspeção de verdade?", questiona o presidente da Abrabar.
Entenda o projeto
As inspeções fazem parte de um projeto piloto de categorização destes estabelecimentos para avaliar a qualidade sanitária nas cidades-sedes da Copa. Dessa forma, os consumidores têm acesso ao desempenho dos restaurantes na inspeção sanitária, com base em critérios de risco, que abrangem não somente questões de higiene, mas também boas práticas de manipulação, conservação e armazenamentos dos alimentos.
Durante a Copa, segundo a Anvisa, os locais inspecionados deverão afixar suas notas nos estabelecimentos para ciência dos consumidores. A classificação A, B e C de excelência utilizada na categorização dos restaurantes é a mesma empregada em outros países.
"Propositadamente fizemos uso da mesma nomenclatura utilizada em outras partes do mundo. É uma linguagem universal e acessível a todos os turistas", explica Erthal.
Em agosto, a Vigilância Sanitária de Curitiba dará continuidade ao trabalho de categorização dos bares e restaurantes, priorizando outros locais que não estão nas rotas gastronômicas.



