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Saúde

Setor privado tem 4 vezes mais médicos que SUS

No Paraná, atendimento público conta com menos de um quinto dos médicos disponíveis para atendimento a planos de saúde

Veja em quantas vezes o número de postos médicos privados ocupados supera os do SUS |
Veja em quantas vezes o número de postos médicos privados ocupados supera os do SUS (Foto: )
Centro Municipal de Urgências Médicas de Curitiba: atendimento público tem um quarto dos médicos da rede particular |

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Centro Municipal de Urgências Médicas de Curitiba: atendimento público tem um quarto dos médicos da rede particular

Usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) têm quatro vezes menos médicos do que o setor privado, revela levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). O trabalho mostra que para cada 1 mil usuários de planos de saúde no país há 7,6 postos de médicos ocupados. O índice cai para 1,95 quando se faz a relação entre postos ocupados e população dependente do SUS.As desigualdades são encontradas em todas as regiões. Nos serviços públicos do Nordeste, por exemplo, há 1,42 posto de trabalho médico preenchido por cada 1 mil habitantes. Bem menos do que os 9,62 por mil encontrados nos serviços privados. A maior diferença é constatada na Bahia. Um cidadão com plano de saúde tem 12 vezes mais médicos do que aqueles que dependem apenas do Sistema Único de Saúde. O Rio, por sua vez, exibe a menor desproporção: 1,63 mais médicos na rede particular do que na pública.

"Os números mostram que o problema não está na quantidade de médicos, mas na distribuição inadequada", afirma o vice-presidente do CFM, Aluísio Tibiriçá. O coordenador do trabalho, o pesquisador Mário Scheffer, destaca que em algumas regiões do país a relação de médicos e pacientes é menor do que registrada em países africanos e, em outros, superior a de países da União Europeia. "É preciso haver uma política para fixar profissionais nas regiões", avalia.

Na avaliação de Scheffer, a relação entre profissionais de saúde e população é muito menos importante do que a de postos de saúde disponíveis. Para ele, esse método pode ser útil para um diagnóstico preliminar, mas deixa muito a desejar quando se leva em conta as disparidades. As afirmações foram feitas justamente na data da publicação de resolução do Conselho Nacional de Saúde em que se recomenda a realização de estudos para determinar o número de médicos especialistas necessários para atender a população.

Para o presidente do Cremesp, Renato Azevedo Júnior, mais importante do que abertura de novas escolas e a formação de mais médicos, projeto anunciado pelo governo, seria o investimento maior no setor público. "É preciso ampliar a oferta de vagas, tornar a atividade mais atrativa com salários adequados e boas condições de trabalho."

Além de analisar a distribuição de médicos, o trabalho, chamado Demografia Médica na Brasil, traz ainda uma análise do perfil do profissional que atualmente está no mercado. O estudo identifica que a profissão é exercida predominantemente por jovens. O grupo de médicos de até 39 anos representa 42,5% dos profissionais da ativa.

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