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Dercio Galafassi, 76 anos, Olga Corteze Brocco, 77, e Alberto Rodrigues Pompeu, 83: pioneiros e desbravadores de Cascavel
Cascavel comemora hoje 60 anos de olho na expansão industrial. Impulsionada na década de 1930 pela erva-mate e a madeira, atualmente, a sexagenária cidade se orgulha de ser referência no Oeste do Paraná, líder na geração de empregos e reconhecida pelos setores da saúde e do ensino superior.
A cidade, que entre 1934 e 1951 foi um distrito de Foz do Iguaçu, hoje é o maior município da região, com 289.339 habitantes. Em setembro, Cascavel gerou 945 empregos a maior oferta do interior do estado, quase o dobro dos 505 postos de Foz, a segunda colocada, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. A marca registrada neste ano representa crescimento de 44,12% em relação a setembro de 2010.
Em todo o Brasil, o município ocupa a 50.ª posição em oferta de trabalho. A geração de empregos vem de um setor econômico diversificado, liderado pelo comércio e pela prestação de serviços. São escolas, hospitais, consultórios médicos e empresas do setor agrícola, incluindo cooperativas.
Outro destaque é a educação. Considerado um dos pilares do crescimento, o pólo universitário de Cascavel está em constante expansão. São 25 mil estudantes e oito instituições de ensino superior, sendo a principal delas a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).
Pioneiros
Aqueles que chegaram a Cascavel antes da emancipação não imaginavam ver a cidade no patamar de hoje. "Eu olhava Cascavel no horizonte. Agora tenho que olhar para cima. Às vezes, ando por aí e custo a me encontrar na cidade que ajudei a construir", diz o comerciante Dercio Galafassi, 76 anos 61 deles na cidade.
Como boa parte dos moradores do município, Galafassi veio do Rio Grande do Sul. Era 1948. Daquela época, ele lembra da terra vermelha e do pó, que dividiam o cenário com os milhares de pinheiros araucária derrubados com o tempo. No ciclo da madeira, o município chegou a ter 150 serrarias.
Para o pioneiro, o turbilhão de crescimento ainda não passou por todos os setores. O trânsito é um deles. O Trevo Cataratas, acesso que concentra o fluxo de veículos das BRs 277 e 369, precisa de melhoria. Outra necessidade é asfaltar mais ruas e ampliar a cobertura de esgoto.
Iguaçuense de nascimento, mas cascavelense de coração, o professor universitário aposentado e contador Alberto Rodrigues Pompeu, 83 anos, considera Cascavel uma surpresa. "O desenvolvimento foi surpreendente porque estávamos distante do centro administrativo do estado e criamos um núcleo urbano", diz. À frente da direção do Hospital Universitário, ele lembra que a criação da BR-277, em 1969, foi determinante para alavancar o crescimento do município devido sua localização privilegiada. Ligação entre o Oeste e o Sudoeste, Cascavel é um entroncamento por ser ponto de acesso ao Noroeste e ao Norte do Paraná.
Olga Corteze Brocco, 77 anos, é outra moradora com histórias de sobra. Ela lembra que chegou a Cascavel às 3h30 do dia 5 de agosto de 1956. "Viajamos cinco dias em cima de um caminhão Ford e com uma filha no colo." Quem precisava buscar água de balde para tomar banho, hoje não reclama de nada. "Quem mora aqui não tem necessidade de buscar nada fora. Temos de tudo. Até mesmo todo tipo de médico", diz.
