• Carregando...
 | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O Simepar está tentando “preencher um vazio” na estrutura de previsão meteorológica do Paraná. Apesar dos equipamentos serem capazes de estimar as condições climáticas a longo prazo, a dupla de poderosos radares que operam no estado não consegue estabelecer, com rapidez e precisão, mudanças repentinas em Curitiba e região e também no Litoral. O Simepar espera a aprovação de um projeto, a ser financiado pelo Banco Mundial, para a compra de dois equipamentos menores e específicos para monitorar as áreas mais sujeitas a consequências drásticas em caso de chuvas intensas.

Entenda como funciona o sistema de radares meteorológicos

O Paraná faz parte do seleto grupo de estados brasileiros que têm todo o território monitorado por radares meteorológicos – um foi instalado em 1996 em Teixeira Soares, nos Campos Gerais, e outro em Cascavel, no Oeste, em 2014. São equipamentos grandes (com 25 metros de altura), que mapeiam as condições até num raio de 480 quilômetros. Conseguem identificar tempestades quando ainda estão no Paraguai e na Argentina. Mas “leem” informações que estão acima de 3 mil metros de altitude.

Inverno no Paraná será forte, mas curto

Previsões do Simepar indicam que, neste ano, as temperaturas devem ficar um pouco abaixo da média histórica no estado.

Leia a matéria completa

Os equipamentos menores – que devem ser instalados em Colombo e Pontal do Paraná – monitorariam áreas de sombra (não vistas) pelos radares maiores. No caso do Litoral, por exemplo, tudo que fica abaixo da Serra do Mar acaba não sendo percebido – somente fenômenos climáticos maiores e duradouros são identificados. Acontece que chuvas concentradas e re­pen­tinas são formadas em baixa altitude e acabam escapando dos atuais equipamentos em operação.

A instalação de radares de menor porte seria uma tendência em muitos países, de acordo com Cesar Beneti, meteorologista do Simepar. No Brasil, somente a cidade de São Paulo está recebendo um projeto-piloto da USP. A instalação dos aparelhos no Paraná poderia colocar o estado numa posição de modelo de previsão meteorológica de curtíssimo prazo.

Regiões suscetíveis a desastres precisam de alertas de temporal

Justamente na área menos coberta pelos radares meteorológicos do Simepar, a Região Metropolitana de Curitiba e o Litoral sofrem constantemente com as consequências das chuvas intensas. Na capital e arredores, a grande quantidade de moradores, o solo impermeabilizado e as ocupações em áreas de risco resultam em estragos maiores em caso de precipitação concentrada. Já na proximidade com o oceano, é a Serra do Mar que funciona como uma barreira que “segura” a chuva, que encharca o solo e causa deslizamentos, como aconteceu em março de 2011, resultando em quatro mortes e muitos prejuízos.

“Se tivermos a informação de quanta chuva ainda está por vir com uma antecedência de quatro horas, teremos tempo de mobilizar equipes e até retirar pessoas”, acredita o major Antonio Hiller, chefe da Defesa Civil do Paraná. Ele comenta que a cidade de Tóquio tem 80 radares. O meteorologista Cesar Beneti destaca que no Litoral do Paraná existem estações pluviométricas, que captam apenas as consequências dos fenômenos. Ou seja, medem a quantidade que já choveu. Em algumas situações, a medição posterior do volume de água não permite que sejam emitidos alertas com tempo hábil para que providências sejam tomadas na tentativa de evitar desastres.

A Secretaria Estadual de Meio Ambiente informou que enviou, em março, o pedido para que o Banco Mundial autorize a licitação para compra dos radares. O projeto prevê o investimento de R$ 7 milhões em equipamentos, R$ 600 mil para obras e R$ 1,2 milhão para os primeiros dois anos de operação. O valor seria gasto pelo governo estadual, que depois seria ressarcido pela instituição financeira. (KB)

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]