Dois homens acusados de fazer parte do grupo skinhead, que prega a intolerância, foram presos nesta terça-feira (24) na Zona Leste da capital. Segundo a polícia, eles foram reconhecidos depois de espancar um adolescente em uma praça do bairro do Tatuapé.
Juan Guilherme Gomes passou o dia na cama, sob efeito de remédios. O rapaz de 17 anos têm ferimentos na cabeça e nos braços, sinais da agressão que sofreu. Como fazia toda semana, Juan saiu de casa na noite desta segunda-feira (23) para se encontrar com amigos que fazem parte do movimento emo. E, como sempre, a mãe ficou preocupada.
Toda segunda-feira, o bairro do Tatuapé serve de ponto de encontro para os emos, jovens que se vestem com roupas escuras e pintam os olhos. O emo vem de emotivo, como eles se definem. Na praça, eles conversam, trocam informações e ouvem músicas.
Era justamente o que um grupo fazia nesta praça na madrugada desta terça-feira (24) quando foi atacado pelos skinheads, uma gangue que com violência contra negros, nordestinos, homossexuais e emos.
Seis skinheads passavam pela praça às quatro da manhã. Quando viram os emos, segundo testemunhas, os skinheads partiram para a agressão. Cinco jovens conseguiram correr, mas um deles foi cercado e espancado até desmaiar. A polícia chegou logo em seguida, mas conseguiu identificar e prender apenas dois integrantes do bando.
"É uma agressão totalmente fútil, sem razão alguma. Os dois foram presos e serão encaminhados agora ao CDP", disse o delegado André Pimentel.
A família do emo atacado espera que os outros agressores também sejam identificados e presos. A polícia tenta agora identificar os outros três agressores. Todos vão responder por tentativa de homicídio e podem pegar de oito a 12 anos de prisão.
