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“Só se fabricássemos dinheiro”, diz Rossoni sobre reajuste ao funcionalismo

Chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni voltou a dizer que governo não tem como bancar reajuste dos funcionários do estado

Centenas de servidores aguardam o fim da reunião entre governo e sindicatos, em frente à Celepar | Euclides Lucas Garcia/Gazeta do Povo
Centenas de servidores aguardam o fim da reunião entre governo e sindicatos, em frente à Celepar (Foto: Euclides Lucas Garcia/Gazeta do Povo)

O chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, voltou a admitir que não existe possibilidade de o governo rever a decisão de suspender o pagamento do reajuste salarial ao funcionalismo - medida que levou à paralisação de várias categorias de servidores do estado, entre elas, a dos professores e da Polícia Civil. A reafirmação foi feita à imprensa na tarde desta quarta-feira (19), durante apresentação das contas do estado a 30 sindicatos de servidores do Paraná.

Se para os servidores a reunião desta quarta era uma tentativa de encontrar uma solução para o impasse, o governo se municiou de números para, na verdade, tentar convencer o funcionalismo de que é preciso compreensão no atual momento do país. Nesta linha, Rossoni disse seria irresponsável pagar a data-base em janeiro e, na metade do ano que vem, se ver sem condições de quitar os salários em dia. “Só se fabricássemos dinheiro”, afirmou, enquanto o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, apresentava os números das contas do estado.

O discurso do Executivo permanece o mesmo das últimas semanas: o Paraná é um dos únicos estados capazes de honrar com a folha mensal e o 13.° salário, graças aos ajustes fiscais feitos desde 2014. “O governador Beto Richa pagou com desgaste político para que o estado chegasse equilibrado até aqui. Todos precisam ter bom senso e compreender a situação”, declarou Rossoni.

O chefe da Casa Civil ressaltou que o reajuste programado para janeiro - inflação acrescida de 1% - foi projetado sobre uma perspectiva de crescimento do PIB feita pelo governo federal, que não se concretizou. Ele disse que gostaria de retirar de tramitação o projeto que adia a reposição salarial para distensionar a relação com os servidores, mas, se fizesse isso, estaria engando os funcionários públicos estaduais.

Por isso, o tucano afirmou que o Executivo irá “pagar as contas velhas, antes de fazer novas dívidas”, em referência ao pagamento de promoções e progressões atrasadas - ao custo de R$ 1,4 bilhão. “Não mudou nada e provavelmente não vai mudar nada [até janeiro]. Justamente por isso estamos aqui prestando os esclarecimentos necessários para que os servidores ajudem o Paraná a superar essa crise”, pediu Rossoni. “Não seremos acusados de não sermos transparentes. Continuamos abertos ao diálogo.”

Ao fim da entrevista, ele ainda alfinetou os servidores em greve. “Me causa estranhamento ver estados que não pagam os servidores em dia e sequer enfrentam greve. Já aqui, com todos recebendo em dia, vemos essa postura. É preciso refletir um pouco.”

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