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Litoral

Sob suspeita, peixe é consumido

Recomendação de evitar ingestão de pescado em Paranaguá é ignorada. Laudo não tem prazo para ser concluído

Movimento no mercado de peixes de Paranaguá foi considerado normal pelos comerciantes: consumidores não seguiram orientação da Secretaria Municipal de Saúde | Bianca Garmatter/Gazeta do Povo
Movimento no mercado de peixes de Paranaguá foi considerado normal pelos comerciantes: consumidores não seguiram orientação da Secretaria Municipal de Saúde (Foto: Bianca Garmatter/Gazeta do Povo)

O consumo de peixes e frutos do mar provenientes da Baía de Paranaguá, no litoral do Paraná, continua desaconselhado. A medida só deve ser revista depois que for divulgado o resultado da análise toxicológica que está sendo feita por pesquisadores do Centro de Estudos do Mar (CEM) da Univer­­sidade Federal do Paraná (UFPR). Ainda não há definição de quando esse resultado será divulgado. Mas consumidores e comerciantes têm ignorado a recomendação (veja texto ao lado).

Na última segunda-feira, milhares de peixes, principalmente sardinhas xingós, apareceram mortos em Paranaguá. Pescadores relataram que, desde quinta-feira, vinham sentindo cheiro forte na água e percebendo a morte dos animais. De acordo com o presidente da Federação das Colônias de Pescadores de Paranaguá, Edmir Manoel, cerca de 60 toneladas de peixes mortos foram recolhidos nas proximidades do Porto de Paranaguá e na costa da Ilha de Amparo.

O capitão Durval Tavares Júnior, comandante da companhia de Polícia Ambiental do Litoral, explicou que só vai suspender a orientação de evitar o consumo de pescado se o laudo mostrar que a água da baía não foi contaminada por nenhuma substância química.

Até agora não há nenhum registro de problemas de saúde provocados pela ingestão de peixes na região. Por precaução, a Secretaria Municipal de Saúde de Paranaguá recomendou que o consumo de peixes desde 30 de dezembro nessa região seja evitado. A recomendação vale também para consumidores de outras cidades, que devem se informar se os pescados são da Baía da Paranaguá.

Mesmo que a análise comprove que a água não está contaminada, os órgãos ambientais, pesquisadores do CEM-UFPR e a prefeitura de Paranaguá irão continuar investigando o que causou a mortandade dos peixes. Algumas hipóteses seriam de um navio pesqueiro ter descartado o pescado na baía ou de desequilíbrio ambiental causado, por exemplo, pela falta de oxigenação na água.

Uma das suspeitas é de que tenha ocorrido vazamento de um produto químico ainda não identificado, mas com cheiro de enxofre, no Porto de Paranaguá, em 27 de dezembro. Nesse dia, havia manchas verdes no mar e uma tartaruga foi encontrada morta.

Representantes do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), do CEM-UFPR, da Defesa Civil e da Vigilância Sanitária estiveram reunidos na prefeitura de Paranaguá na manhã de ontem para traçar a estratégia de orientação à população em relação ao consumo de pescado na cidade. De acordo com o capitão Edson Oliveira, coordenador regional no Litoral da Defesa Civil, ao que tudo indica que não há mais mortes de peixes.

Coleta

Ontem, equipes da Polícia Ambiental procuravam sardinhas "moribundas" na água – aqueles que ainda estavam vivas e perto dos peixes mortos – para uma análise mais detalhada dos pesquisadores do CEM-UFPR. "Já encontramos vários cardumes de sardinha vivos. Mas não estavam no local em que os outros foram encontrados mortos", afirmou Tavares Júnior.

Segundo o comandante, biólogos do CEM-UFPR também estão analisando se houve impacto ambiental para outras espécies.

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