Superlotada, delegacia de São José dos Pinhais tem presos com sarna

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Vistoria da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) na delegacia de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, revela que o local está com quase quatro vezes mais detentos do que poderia comportar. Há 110 pessoas em um local onde caberiam 30. Os presos ainda sofrem com doenças de pele – como sarna, furúnculos e icterícia – e alguns estão com princípio de pneumonia.

O plano de esvaziamento de todas as delegacias do estado, prometido por uma força-tarefa entre as secretarias de Estado da Segurança Pública (Sesp) e da Justiça (Seju) e Vara de Execuções Penais (VEP), ainda não chegou à delegacia de São José dos Pinhais.

"É uma situação deprimente", atesta a vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Isabel Kügler Mendes. Ela conta que os problemas de saúde dos presos são agravados pela chuva, porque escorre água dentro das celas e não há qualquer lugar para entrada de sol. Os sanitários das celas também estariam entupidos e o cheiro seria "atordoante". Dois rapazes foram picados por aranha-marrom dentro das celas, ainda de acordo com a advogada.

Segundo Isabel, um dos presos com princípio de pneumonia foi levado para um hospital de São José dos Pinhais, onde foi medicado com um remédio Tamiflu vencido desde novembro do ano passado. O quadro de saúde do rapaz se agravou. Ela recomendou que ele fosse levado o quanto antes para o Complexo Médico Penal, que fica em Pinhais, também na região metropolitana.

Delegacias da região metropolitana serão esvaziadas depois de Curitiba A Polícia Civil, via assessoria de imprensa, admite que a delegacia está superlotada. O local ainda não foi esvaziado, seguindo o plano conjunto entre as secretarias de Estado da Segurança Pública (Sesp) e da Justiça (Seju) e Vara de Execuções Penais (VEP) que promete transferir todos os detentos de distritos policiais. O plano foi executado parcialmente em Curitiba. Agora, segundo a Polícia Civil, estão sendo efetuadas as transferências das delegacias especializadas da capital. Só depois o trabalho será feito nas delegacias da região metropolitana. A força tarefa no interior ocorre em paralelo.