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| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Neste domingo (27), teremos um eclipse total da Lua visível em todo o Brasil, e duas circunstâncias diferentes concorrem para torná-lo especial.

A primeira e mais notável é que o momento do eclipse – quando a Terra se interpõe entre o Sol e a Lua, projetando sua sombra sobre o satélite natural– será quase concomitante ao perigeu lunar, ou seja, o momento em que a Lua está mais perto da Terra.

Nosso satélite natural orbita ao redor do planeta numa órbita que não é exatamente circular, mas ligeiramente oval. Por isso, há essa variação de distância.

No caso em questão, no momento do eclipse, a Lua estará a apenas 356,8 mil km da Terra (a distância média é de 384 mil km, e a máxima ultrapassa os 402 mil km).

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A implicação óbvia é que o diâmetro da Lua parecerá um pouco maior do que o usual. Quando isso se dá durante a fase cheia, a moda recente é chamá-la de superlua.

Uma coincidência tão grande da superlua com o eclipse lunar é relativamente rara e aconteceu apenas cinco vezes desde 1900 (em 1910, 1928, 1946, 1964 e 1982). O próximo só vai ocorrer em 2033.

Já o próximo eclipse lunar ocorre bem antes, em 2018. Também acontecerá perto do perigeu, embora não tanto quanto agora. “Similarmente, [no eclipse] em 21 de janeiro de 2019 a Lua estará apenas 0,23% mais longe do que agora, e em 26 de maio de 2021, meros 0,16%”, lembra o astrônomo alemão Daniel Fischer.

Ou seja, também não é uma coisa tão rara assim.

Já a segunda circunstância a tornar especial a ocorrência do eclipse deste domingo é o fato de que ele marca uma sequência de quatro eclipses totais lunares em apenas dois anos – uma série tétrade.

De tempos em tempos, os movimentos celestes se sincronizam para produzir essas séries. Durante o século 21, estamos vivenciando a maior sequência de tétrades dos últimos mil anos. São oito ao todo. A última tétrade aconteceu entre 2003 e 2004, e a próxima será entre 2032 e 2033.

O que se vê

O fenômeno começa às 21h11 de domingo (pelo horário de Brasília), quando a Lua começa a avançar sob a penumbra da Terra. Essa etapa é menos perceptível, porque apenas parte da luz solar é bloqueada e a redução de brilho lunar é muito sutil.

O espetáculo mesmo acontece a partir das 22h07, quando começa a fase umbral, e a sombra da Terra começa a escurecer gradualmente a Lua. O fenômeno poderá ser visto a olho nu, se o céu não estiver encoberto.

A totalidade é atingida às 23h11, quando a Lua ganha uma cor avermelhada. Isso se dá porque a única luz solar que vai até ela é a que atravessou as bordas da atmosfera terrestre antes de chegar lá.

Como se pode ver durante um pôr do Sol, a atmosfera tende a espalhar as cores mais energéticas (azuladas), deixando só os tons avermelhados fazerem a travessia completa do invólucro de ar.

Então, o mesmo processo que torna o nascente e o poente avermelhados é o que cria a Lua “sangrenta”, como gostam de chamar alguns mais dramáticos.

A fase de totalidade do eclipse lunar termina à 0h23 de segunda, e aí temos um replay em ordem inversa do que vimos no início do eclipse. Depois de 1h27, estaremos já na fase penumbral novamente.

A má notícia é que a previsão de meteorologia para a noite de domingo na cidade de São Paulo é de nuvens e pancadas de chuva. Não há muito como fugir: cidades como Campinas e Santos têm previsões parecidas, assim como o Rio e boa parte do Sul.

Belo Horizonte e o Nordeste devem ter tempo bom.

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