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CRENDICE

Superstição deixada de lado na sexta-feira 13

A ideia de que a sexta-feira combinada com o dia 13 traz azar ou má sorte é ignorada por quem tem casamento marcado para a data

“Quem está apaixonado não segue superstição”, diz Altair de Lima, que sobe ao altar hoje com Tânia Ribeiro | Marcos Labanca/Gazeta do Povo
“Quem está apaixonado não segue superstição”, diz Altair de Lima, que sobe ao altar hoje com Tânia Ribeiro (Foto: Marcos Labanca/Gazeta do Povo)

Você adiou algum compromisso ou evitou sair de casa só porque hoje é sexta-feira, dia 13? Se a resposta for positiva, saiba que nem todo mundo considera a data tão azarada assim. Em pleno agosto, considerado mês do desgosto e do azar, em uma sexta-feira 13, casais também sobem ao altar e trocam alianças.Tânia Regina Ribeiro, 27 anos, e Altair de Lima, 23 anos, são prova disso. Hoje pela ma­­nhã, eles oficializam o matrimônio no cartório e à noite na igreja. Azar, má sorte ou infelicidade? Nem passou pela cabeça dos dois. "Quem está apaixonado não segue superstição", diz Altair. Por ter nascido em um dia 13, embora em setembro, o noivo diz que o azar passa bem longe dele.

Mesmo alertados por familiares supersticiosos, o casal decidiu marcar a cerimônia. Pode­riam até optar pela quinta-feira, dia 12, mas escolheram mesmo o dia 13. "Na hora lembramos do 13, mas todo dia é especial. Não ligamos para costumes antigos", conta Tânia.

Pelo menos em Foz do Iguaçu, não são apenas Tânia e Altair que pensam assim. Outros oito casamentos estão marcados para hoje na cidade. "A data não in­­fluenciou. O número de pedidos se manteve. A vontade de casar foi maior", diz a escrevente Mar­lene Lima.

São várias as explicações que associam a sexta-feira 13 a um dia de azar. Uma delas remete ao fato de que Jesus provavelmente foi crucificado em uma sexta-feira. No dia anterior, ele teria sentado à mesa da última ceia com os 12 apóstolos, totalizando 13 pessoas.

Outra versão liga a data à Or­­dem dos Templários, uma organização militar-religiosa considerada ilegal pelo rei Filipe IV, da França. No dia 13 de outubro de 1307, uma sexta-feira, os templários foram presos, torturados e executados por heresia. Ao longo do tempo, o dia acabou associado a outras situações negativas. Até mesmo um vírus de com­­putador, chamado Jeru­salém, foi popularmente batizado de Sexta-Feira 13 no início da década de 1990 por ter sido ativado na data.

Superstições à parte, para cientistas e filósofos ter medo da sexta-feira 13 é um atraso de vi­­da. O professor de Filosofia da Faculdade Dinâmica das Cata­ratas de Foz do Iguaçu, José Fer­nando Schuck, comenta que de um modo geral os filósofos consideram a sexta-feira 13 uma superstição sem fundamento. "Os números são invenções humanas tanto quanto as su­­perstições. Os números não podem reger os acontecimentos da mesma forma como não há evidências de que haja uma força regendo cada fato que ocorre no planeta, seja ele considerado um acontecimento de sorte ou de azar". Para Schuck, as superstições tendem perder a força nesta época marcada pelo maior acesso da população à informação e à internet.

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