Atualizado em 21/11/2006 às 19h20
Um acidente com uma máquina de raio X levou quatro pessoas para o hospital na tarde desta terça-feira (21) em Maringá, no Noroeste do Paraná. Durante o processo de desmontagem do equipamento, os moradores de uma residência e uma quarta pessoa apresentaram irritação na pele após contato com um tubo que supostamente teria material radioativo.
A máquina estava em uma casa junto com outros aparelhos odontológicos. A proprietária era um dentista que estava guardando os equipamentos em sua residência para serem vendidos. O raio X estava sendo desmontado quando sofreu uma queda. De acordo com o tenente Marlon Luiz Pensak, relações públicas dos bombeiros, um metal líquido teria vazado, por volta das 14h30 desta terça.
As primeiras informações do Corpo de Bombeiros da cidade apontavam que a queda da máquina teria provocado o vazamento de césio (um dos elementos químicos mais radiativos que existe). Contudo, o professor Nelson Lopes, do departamento de física da Universidade Estadual de Maringá (UEM), analisou o material e descartou a possibilidade de contaminação. O tubo, inclusive, não teria sofrido avaria e em seu interior haveria somente um líquido de refrigeração.
A dentista, seu marido, seu filho de oito anos e um homem que faria a entrega do equipamento teriam tido contato direto com o tubo. O professor criticou a manipulação do raio X. Segundo ele, o processo deveria ter sido realizado somente por técnicos.
Os quatro tiveram que tomar banho e foram encaminhados para o Hospital Universitário (HU). Com a notícia de possível contaminação, uma ala inteira do hospital foi isolada, o que provocou nervosismo para pacientes, familiares e funcionários.
No fim da tarde, a família, que não quis conversar com a imprensa, e o responsável pelo transporte receberam alta.
Césio
Uma das principais aplicações do césio é o seu uso como medida de tempo em relógios atômicos, que são exatos aos segundos durante milhares de anos. Mas o elemento químico ficou bastante conhecido no Brasil após um acidente na década de 80 em Goiânia.
Em 1987, dois catadores de sucata encontraram uma máquina de radioterapia em um depósito de um instituto de radioterapia. Eles venderam algumas peças do equipamento. Um deles, porém, se encantou com o brilho de um líquido, que era o césio, e começou a mostrar e distribuir para vizinhos e familiares. O resultado foi que mais de cem mil pessoas foram expostas aos efeitos do césio, quatro delas morreram.



