Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Justiça

Supremo julga hoje pedido para tirar Eduardo Cunha da chefia da Câmara

Ação ganhou celeridade diante da proximidade da votação do impeachment da presidente Dilma. Se Temer assumir, Cunha será o primeiro na linha sucessória

Na Lava Jato,  Eduardo Cunha é alvo de outra denúncia, de mais três inquéritos e três pedidos de inquéritos que aguardam autorização do ministro Teori Zavascki para serem abertos. | André Dusek/Estadão Conteúdo
Na Lava Jato, Eduardo Cunha é alvo de outra denúncia, de mais três inquéritos e três pedidos de inquéritos que aguardam autorização do ministro Teori Zavascki para serem abertos. (Foto: André Dusek/Estadão Conteúdo)

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar nesta quinta-feira (5) um pedido para que seja determinado o afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do comando da Câmara e que ele seja impedido de estar na linha sucessória da Presidência. A ação foi apresentada na terça-feira (3) pela Rede e ganhou celeridade diante da proximidade da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff pelo Senado, na próxima semana.

Cunha seria o primeiro na linha sucessória. O principal argumento da ação é que ele não tem condições de continuar à frente da presidência da Câmara porque não preenche os requisitos constitucionais para eventualmente substituir o presidente. Isso ocorreria porque o peemedebista foi transformado em réu no STF pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, sob a acusação de integrar o esquema de corrupção da Petrobras, tendo recebido US$ 5 milhões em propina de contratos de navios-sonda.

Na Lava Jato, o deputado é alvo de outra denúncia, de mais três inquéritos e três pedidos de inquéritos que aguardam autorização do ministro Teori Zavascki para serem abertos. As investigações apuram o recebimento de propina da Petrobras.

O argumento para impedi-lo de estar na linha sucessória com a possibilidade de assumir a Presidência é o artigo 86 da Constituição, que diz que “o presidente ficará suspenso de suas funções” nas infrações penais comuns, “se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo STF”.

Nos bastidores, ministros do STF afirmavam que não estava clara a melhor solução para o caso. Uns avaliam que é possível apenas impedir Cunha de eventualmente assumir a Presidência. Outros ministros sustentam que há espaço para determinar a saída do deputado do comando da Câmara, pois não faria sentido reconhecer que ele não teria condições de ocupar interinamente a Presidência, mas mantê-lo com o cargo no Legislativo.

“Delinquente”

O primeiro pedido para Cunha deixar o cargo foi feito em dezembro pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Na peça, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chegou a classificar o peemedebista de “delinquente”. Procurado, Cunha não se manifestou sobre o assunto. Para Ivar Hartmann, professor da Fundação Getúlio Vargas do Rio e especialista em STF, a corte se cansou das “peripécias de Cunha”. “O pedido da Rede conseguiu dar um motivo concreto para o afastamento: ele é réu e ser réu é incompatível com um cargo que está na linha sucessória da Presidência”.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.