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Saúde

Surto da dengue assombra cinco cidades do Paraná

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Cinco municípios do Paraná correm o risco de enfrentar um surto de dengue nos próximos dois meses. A doença deve se proliferar em Foz do Iguaçu, Cascavel, Maringá, Londrina e Paranavaí, cidades com histórico de casos confirmados nos últimos anos. A previsão é do coordenador do Centro de Saúde Ambiental da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), Natal Jataí de Camargo, com base no cruzamento de dados como condições climáticas e índice desfavorável de infestação.

O último Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), de dezembro de 2006, apontava os municípios de Foz do Iguaçu, Santa Helena, Umuarama e Paranavaí como locais com maior risco de contaminação. (Veja info) O índice é medido com base na contagem de focos do mosquito feita nas residências. O nível satisfatório estabelecido pelo Ministério da Saúde é de menos de 1% de focos. Cidades com mais de 3,9% são consideradas áreas com risco de surto.

Alarme

O coordenador da Sesa observa que o levantamento de dezembro não pode ser estendido automaticamente ao mês de janeiro, cujos índices só serão divulgados no início de fevereiro. "O indicador muda a cada duas semanas porque o ciclo de vida da fêmea do mosquito é muito rápido", explica.

Os números, contudo, são alarmantes em alguns municípios que já realizaram a contagem em 2007. É o caso de Paranavaí, onde o LIRAa saltou de 4%, em dezembro de 2006, para 9%, segundo a contagem feita entre 8 e 12 de janeiro deste ano. O aumento do nível também ocorreu em Cascavel, onde o índice saltou de 1,4% para 4,8%, de acordo com levantamento feito entre os dias 15 e 17 deste mês. Desde o início do ano ainda não foram confirmados casos de dengue nos dois municípios. Em Paranavaí foram notificados sete casos.

Londrina e Maringá não registraram dados preocupantes - sendo 0,56% e 1,53% respectivamente. Para o coordenador de Endemias da Secretaria Municipal da Saúde de Londrina, Luís Alfredo Gonçalves, está descartado o risco de surto na cidade. Já Maringá possui um histórico alarmante da doença. Enfrentou uma epidemia em 2002, com a confirmação de 637 casos. Depois, foram registrados 460 casos positivos em 2003, cinco em 2004 e 106 em 2005. No ano passado, foram 351 notificações e 96 casos positivos. "Não deve ser uma grande epidemia como a vivida em 2002 e 2003, mas estamos sob o efeito do El Niño, com previsão de muita chuva e forte calor", afirma o coordenador da Sesa.

Vizinho assusta

A preocupação também se volta para Foz do Iguaçu. A cidade dificilmente conseguirá manter o controle do aumento de casos da doença, uma vez que Ciudad de Leste, no Paraguai, vive um surto de dengue. O chefe do Centro de Controle de Zoonoses do município, André de Souza Leandro, lembra que a cidade está em constante alerta. "Por enquanto, estamos mantendo uma cooperação técnica e vigilância epidemiológica com os colegas paraguaios", informa.

Foz tinha sete casos de dengue confirmados até a última sexta-feira (quatro deles autóctones – contaminações ocorridas dentro do estado – e três importados) e 71 notificações. Ano passado, foram 216 casos autóctones, dez importados e 895 notificações. Em todo o estado do Paraná foram 40 confirmados até o dia 22 deste mês. Em 2006, a Sesa registrou a confirmação de 1.073 casos.

Cuidado

A dengue é uma doença viral transmitida pela picada de um mosquito, o Aedes aegypti. Entre os sintomas estão a febre, manchas vermelhas e dores no corpo. Um dos principais problemas da proliferação é a falta de cuidado. Os ovos do mosquito continuam vivos por até um ano e água parada (mesmo limpa) é o local preferido para a desova. Atitudes simples podem evitar a reprodução do mosquito, como a troca de água por areia molhada em pratos de plantas e limpeza de calhas.

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