A Delegacia de Homicídios (DH) divulgou nesta segunda-feira (19) a prisão de Diego de Castro Neves, de 23 anos, suspeito de ter ateado fogo em um paciente do Hospital Psiquiátrico Bom Retiro, em Curitiba, no fim de novembro. Neves também estava internado na unidade, mas fugiu no dia seguinte ao crime. A vítima - Carlos Rodrigo Moscaleski Reis, 31 anos - morreu em decorrência dos ferimentos. Segundo a polícia, desavenças entre ele e outros pacientes motivaram o assassinato.
Segundo o delegado Rubens Recalcatti, chefe da DH, o suspeito foi preso no litoral do estado, na casa de parentes. Em depoimento, Neves menciona uma série de desavenças entre a vítima e outros internos do hospital. De acordo com o relato, Moskaleski costumava pegar pertences dos colegas e chegava a agredi-los. Na noite em que foi morto, o interno teria dado um soco em outro paciente, durante uma discussão.
Após esta briga, Moskaleski foi contido por enfermeiros, sedado e amarrado na cama. A partir de então, os outros pacientes teriam tramado a morte do colega. Segundo o depoimento de Neves, os internos foram à enfermaria do hospital e furtaram um frasco de álcool. O líquido inflamável teria sido usado no atentado que terminou com a morte de Moskaleski. "Neves alega que viu o crime ocorrer, mas que não foi ele quem ateou fogo na vítima", disse o delegado Rubens Recalcatti.
À polícia, Neves também disse que foi internado porque seria dependente químico. O rapaz também afirmou às autoridades que os internos chegam a consumir drogas dentro do hospital psiquiátrico. Ele foi indiciado por homicídio e, inicialmente, ficará preso temporariamente, por 30 dias. "Neste período, deverão ser ouvidas outras testemunhas e devemos receber os laudos periciais sobre as causas do incêndio", disse o delegado.
A polícia também trabalha para identificar os outros internos que participaram da morte de Moskaleski. "Pelo menos outros três pacientes tiveram envolvimento no atentado. Conseguimos algumas informações, mas ainda não podemos divulgar", declarou Recalcatti.
