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Fotos do registro de prisão do goleiro Bruno Fernandes (dir.) e do ex-policial Marcos Santos, conhecido como Bola | Divulgação / Polícia Civil
Fotos do registro de prisão do goleiro Bruno Fernandes (dir.) e do ex-policial Marcos Santos, conhecido como Bola| Foto: Divulgação / Polícia Civil
  • Entenda o caso Bruno

O principal suspeito de assassinar e ocultar o corpo de Eliza Samudio, de 25 anos, desaparecida desde o início de junho, Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi identificado no ano passado pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas como um homem "programado para matar" e cujos serviços costumavam ser requisitados por policiais. De acordo com o presidente da Comissão, deputado Durval Ângelo (PT) embora tenha sido excluído em maio de 1992, Bola se apresentava como policial civil e mantinha "muitos tentáculos" na corporação até ser preso na noite da última quinta-feira.

Esta semana, a Comissão cobrará formalmente agilidade da Corregedoria-Geral de Polícia Civil nas investigações que apuram a denúncia sobre a atuação de uma suposta organização de extermínio no Grupo de Respostas Especiais (GRE). O esquema foi levado pelo então inspetor do GRE, Júlio Monteiro, à Comissão, que o denunciou à Corregedoria em maio de 2009.

O sítio no bairro Coquerais, em Esmeraldas (MG), onde na semana passada foram feitas buscas pelo corpo da ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, era alugado por Bola e serviu de treinamento para a equipe de elite da Polícia Civil mineira. Criado em 2004, o GRE teve sua imagem manchada por denúncias de compra fraudulenta de veículos, extorsão e crimes de ameaça.

"Infelizmente o inquérito caminha a passos de tartaruga", observou Ângelo. "Parece estar se comprovando aquilo que nós dizíamos na época, que o Bola era um cara programado para matar, que ele terceirizava as mortes, inclusive prestando serviços para policiais. Ele tinha muitos tentáculos na polícia."

Por causa das denúncias, Ângelo recebeu ameaças de morte e três pessoas precisaram ser incluídas no Serviço de Proteção a Testemunhas. Dois jovens e um motorista de táxi são apontados como vítimas do suposto grupo de extermínio. A denúncia diz que a organização utilizava um método de assassinato e ocultação de cadáver semelhante ao que foi descrito pelo adolescente J., de 17 anos, primo de Bruno, em relação a suposta morte de Eliza.

A Polícia Civil informa que a denúncia ainda está sendo investigada pela Corregedoria-Geral e o inquérito é acompanhado pelo Ministério Público. Até o momento, 45 pessoas já foram ouvidas, entre elas Bola.

O ex-policial cumpre prisão temporária na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem, também na região metropolitana da capital mineira. Bola ainda não foi ouvido pelos delegados responsáveis pelo inquérito. A Polícia Civil mineira considera o seu depoimento como fundamental para a investigação.

Rodrigo Braga, advogado do ex-policial, diz que seu cliente nega qualquer envolvimento com o desaparecimento de Eliza ou com o suposto grupo de extermínio do GRE.

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