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Operação Anarquia

Suspeitos de integrar quadrilha que leva brasileiros para trabalho ilegal nos EUA são presos no PR

Ação começou nesta segunda (7), diz consulado norte-americano em SP. Quatro suspeitos foram presos em Curitiba

Integrantes de uma quadrilha que levava brasileiros para trabalhar irregularmente nos Estados Unidos foram presos nesta segunda-feira (7) em São Paulo e em outros três estados brasileiros, inclusive no Paraná e em Santa Catarina. A informação é da assessoria de imprensa do Consulado dos Estados Unidos na capital paulista. A chamada Operação Anarquia, coordenada pelo Ministério Público Federal e por polícias civis de cinco estados, visa cumprir 19 mandados de prisão e começou após denúncia do consulado. De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério Público Estadual (MPE), no Paraná foram presos quatro suspeitos na manhã desta segunda-feira (7). Todos foram detidos em Curitiba pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e encaminhados para São Paulo. Uma pessoa foi presa em Santa Catarina.

De acordo com o consulado, a quadrilha fraudava a concessão de vistos para trabalho temporário nos EUA desde 2002. No total, 11 pessoas foram presas em quatro estados – São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina – por formação de quadrilha e estelionato. Além disso, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão no Mato Grosso e feitas buscas por provas nos EUA.

De acordo com a reportagem do Jornal Hoje, os presos são ligados à duas agências que recrutam brasileiros para trabalhar em hotéis nos EUA em vagas que não interessam aos americanos.

Ainda segundo o consulado, a estimativa é de que pelo menos 4,5 mil brasileiros tenham sido vítimas da fraude - metade dos 9 mil que pediram visto temporário de trabalho nos EUA nos últimos seis anos. Os criminosos prometiam emprego nos EUA depois que a vítima pagasse até US$ 15 mil. A suspeita é de que a quadrilha tenha arrecadado R$ 90 milhões em sete anos de atuação.

"Muitos voltavam para o Brasil pelo México, pela Argentina. Ligavam para a família pedindo dinheiro. Mas eles não tinham muitas vezes recursos para voltar, ficando nos EUA de maneira ilegal", disse a promotora Aline Zavaglia Alves em entrevista ao Jornal Hoje.

A investigação foi iniciada em 2003, quando o consulado identificou irregularidades. Em 2008, o Ministério Público de São Paulo foi acionado.

Além do Ministério Público e do consulado dos EUA, participaram da operação a Secretaria da Segurança Pública do estado, o Poder Judiciário, a Receita Federal e a Secretaria da Fazenda de São Paulo.

Investigação

Para seguir com as investigações, o Ministério Público utilizou infiltração de agente, quebra de sigilo bancário e fiscal, interceptações telefônicas e cooperação jurídica internacional. O agente infiltrado foi designado pela Secretaria da Segurança Pública.

O Ministério ofereceu denúncia criminal contra os alvos da investigação, que foram tornados réus no processo e tiveram suas prisões preventivas decretadas.

De acordo com o consulado, a operação conjunta entre Brasil e Estados Unidos foi possível por causa do Acordo de Assistência Judiciária em Matéria Penal.

Brasileiros que foram vítimas do esquema podem entrar em contato com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Guarulhos, na Grande São Paulo, através do e-mail gaeco.guarulhos@mp.sp.gov.br.

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