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Temor com Uber faz central de táxis oferecer serviço “premium” por preço normal

Carros descaracterizados, no padrão executivo, atendem os clientes. Por outro lado, taxistas que não detêm licenças torcem pela chegada da plataforma

Os taxistas Claudinei Santiago (de terno) e Guilherme Biz | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Os taxistas Claudinei Santiago (de terno) e Guilherme Biz (Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo)

Ainda que esteja longe de operar em Curitiba, o Uber já começou a provocar mudanças no sistema de transporte de passageiros da capital paranaense. Uma central de táxis criou uma modalidade premium, com carros do padrão executivo e motoristas bem treinados. Até o fim deste ano, a tarifa deste serviço custará o mesmo de um táxi convencional. Tudo para que os curitibanos não sintam necessidade de plataformas como o Uber. Por outro lado, taxistas colaboradores (aqueles que não detêm licenças) torcem para que o aplicativo chegue logo à cidade.

O serviço premium foi desenvolvido em setembro, pela radiotáxi Faixa Vermelha, como forma de se antecipar ao Uber. A modalidade se inspira no padrão executivo: os carros são descaracterizados e classificados como médio-superiores - um degrau abaixo dos alto-executivos, incluindo modelos como o Honda Civic, por exemplo. Todos dispõem de ar-condicionado e wi-fi, além de opcionais como água mineral e chocolates. Os taxistas, por sua vez, recebem treinamento específico e trajam roupas sociais.

“O Uber nos abriu os olhos para um serviço de que o cidadão necessitava. Nós saímos na frente. Hoje, o Uber não nos preocupa”, disse o presidente da radiotáxi, Edmílson dos Santos. Atualmente, 25 táxis da Faixa Vermelha pertencem ao premium e a projeção é de que até o fim do ano mais de 50 taxistas tenham migrado para esta modalidade. “Posso dizer que nossa aceitação [por parte dos passageiros] é de 100%”, completou Santos.

Mesmo quem pede um táxi convencional por meio da Faixa Vermelha pode ser surpreendido e receber um premium. Neste caso, uma atendente liga antes ao cliente, informando que a corrida será feita por um táxi no padrão executivo. Segundo a central, o serviço já fidelizou alguns passageiros, que ligam à procura do atendimento diferenciado. “É o preço do [táxi] convencional, com a qualidade do executivo”, disse o taxista Claudinei Santiago.

Há pouco mais de 20 dias, Santiago migrou para a nova modalidade. Passou a andar de terno e gravata – como manda o figurino – e passou por uma capacitação para se atentar a cuidados mínimos, desde abrir a porta para o cliente. O taxista já se entusiasma com a procura. “Aqui o Uber não tem vez”, garantiu.

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