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Segundo Padilha, programa terá 13 mil médicos em cinco meses | Marcelo Camargo/ABr
Segundo Padilha, programa terá 13 mil médicos em cinco meses| Foto: Marcelo Camargo/ABr

Rio

Favelas começam a receber na próxima semana médicos de Cuba

Agência Estado

Favelas das zona Norte e Oeste do Rio começam a receber na próxima semana médicos de Cuba enviados pelo Programa Mais Médicos. Eles trabalharão em áreas conflagradas, algumas delas onde não há Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Ontem, os 65 profissionais apresentaram-se às coordenações das áreas, onde assistiram a palestras e participaram de reuniões. Eles ainda esperam registro do Ministério da Saúde para começar a trabalhar.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, 31 médicos serão distribuídos por 18 unidades de atenção primária na zona Norte, região em que estão algumas das favelas mais violentas da capital fluminense, como o Jacarezinho e os Complexos do Alemão e da Maré (este último ainda não tem UPP). Outros 34 médicos seguirão para 22 postos da zona Oeste da capital, nos bairros de Realengo, Cosmos e Costa Barros. A previsão é de que eles comecem a atender a população no dia 12.

66 profissionais que se inscreveram no Programa Mais Médicos foram reprovados no Revalida deste ano. Aplicado em agosto, o exame federal é um dos caminhos para revalidar o diploma de medicina obtido no exterior, mas não é pré-requisito para participação no programa. O Revalida 2013 foi aplicado em 25 de agosto e a inscrição na segunda etapa do Mais Médicos foi concluída cerca de um mês depois, antes que os participantes do exame soubessem do resultado da prova.

O Ministério da Saúde vai aproveitar a chegada de novos médicos ao mercado de trabalho em dezembro para lançar o terceiro edital do Programa Mais Médicos. O prazo foi confirmado ontem pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que participou do 1.º Fórum Nova Favela Brasileira. As informações são da Agência Brasil.

"Em dezembro, vamos abrir um novo edital de chamada. É um mês em que se formam muitos médicos no Brasil", disse o ministro, que trabalha com a meta de elevar para 13 mil o número de médicos atuando no programa em cinco meses. "Com isso, vamos atender à demanda apresentada pelos municípios. Todos serão cobertos pelo ministério até março do ano que vem", afirmou Padilha.

Com os 2,1 mil médicos que chegaram aos municípios na semana passada, o programa conta atualmente com 3,6 mil profissionais atendendo no Sistema Único de Saúde (SUS). Ontem foi o primeiro dia de desembarque de 3,6 mil médicos de Cuba. Eles passarão por três semanas de avaliação para começar a atuar em dezembro.

Bolivianos

Ontem, o ministro da Saú­de também afirmou que os médicos brasileiros formados na Bolívia não poderão participar do programa Mais Médicos. Reportagem publicada pela Folha de S. Paulo no domingo mostrou que o governo do Acre, um dos principais exportadores de estudantes de medicina para a Bolívia, propôs ao ministério que autorizasse a entrada de brasileiros formados no país vizinho no programa sem a necessidade de revalidação de diploma.

Padilha usou o regulamento do programa como justificativa para barrar esses profissionais, com ou sem revalidação de diploma.

Atualmente, estão aptos a enviar profissionais ao Brasil países com proporção igual ou superior a 1,8 médico por mil habitantes. Caso que não é o registrado na Bolívia, que tem percentual de 1,2 médico por mil habitantes.

Uma segunda barreira do regulamento é que os profissionais do Mais Médicos têm de ter atuado em seus países de origem, o que não seria o caso de parte dos médicos brasileiros formados na Bolívia. "Nós estamos implementando ainda o programa que foi votado no Congresso. Por enquanto, vamos continuar dentro do regulamento proposto inicialmente", disse Padilha.

Recentemente, a Se­cre­ta­ria de Saúde do Acre fez um pré-cadastro com 700 potenciais participantes do Mais Médicos, dos quais a maioria é formada na Bolívia. Segundo reportagem do jornal, levantamento indicou que, apenas no Acre, há 368 médicos formados no exterior sem o Revalida, dos quais 98% estudaram na Bolívia.

Não há números oficiais sobre o total de acreanos cursando medicina no país vizinho, mas o governo estadual estima que chegue a 6 mil.

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