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A Polícia Civil de Bertioga, no litoral paulista, ouviu na manhã desta sexta-feira (24) duas testemunhas do caso que apura a morte da menina Grazielly Lames, de 3 anos, no último sábado (18), em um acidente com um jet ski.

Segundo uma delas, três pessoas - um adulto e dois adolescentes - levaram o jet ski até o mar naquele dia. A testemunha relata, ainda, que os menores subiram no veículo e o aceleraram. Neste momento, o jet ski empinou, jogou os adolescentes na água e, desgovernado, atingiu a menina.

Segundo o delegado Maurício Barbosa, o adolescente de 13 anos que dirigia o veículo deve ser ouvido, na companhia dos pais, até segunda-feira (27). O menor deveria ter prestado depoimento na quinta-feira (23), mas não compareceu à delegacia.

O advogado da família da menina disse, nesta quinta-feira, que os pais do adolescente deveriam responder por homicídio com dolo eventual (quando não intenção de matar, mas assume-se o risco) e omissão de socorro. "A mãe do menino nem tentou prestar socorro. Ao invés disso, pegaram ele e fugiram dali", disse José Beraldo.

O advogado também defende que o proprietário do jet ski, o empresário de Sorocaba José Augusto Cardoso, responda pelo homicídio. "Quando você dá a chave para alguém que não tem habilitação, sabe que isso pode terminar de uma maneira em que é impossível prever o desfecho", afirmou Beraldo.

"Não há condição de esse jovem ser ouvido, em face de tamanho assédio da imprensa e da população", justificou o advogado da família do garoto, Maurimar Chiasso, para justificar a ausência no depoimento na quinta-feira. O advogado da família do menor confirmou a versão dada anteriormente de que o rapaz apenas ligou o jet ski, que teria saído desgovernado.

O delegado disse que espera uma resposta da Capitania dos Portos sobre o proprietário no veículo, que será periciado.

Nesta quinta-feira, os pais e tios de Grazielly foram à delegacia prestar depoimento. A mãe dela, Cirleide Lames, 24, que estava com a menina no momento do acidente, disse que um descuido foi o suficiente para que o choque ocorresse. "Ela estava do meu lado. Era a primeira vez que ela via o mar. Ela deu uns passos paro lado, eu vi um vulto vindo atrás de mim e, quando me dei conta, já tinha acontecido".

Cirleide se queixou-se da falta de contato por parte da família do rapaz. "Até o momento não houve nenhum contato, nenhum telefonema. Isso é o que mais deixa a gente triste. Eles não prestaram nenhum tipo de socorro. Queria que a mãe dele colocasse o filho dela no lugar da minha filha e ela saberia o que é sofrimento. Espero que seja feita Justiça".

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