Os fiscais da superintendência regional do trabalho, o Ministério Público do Trabalho e a Força Verde fizeram uma operação na terça-feira (2) em que 29 trabalhadores em situação de escravidão foram libertados na cidade de Doutor Ulisses, na região de metropolitana de Curitiba. Eles trabalhavam no corte de pinus e moravam em barracos de madeira. Além disso, não tinham carteira assinada, eram submetidos a péssimas condições de higiene e a maioria não utilizava equipamentos de segurança.
Os empregadores também não haviam depositado o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e terão que pagar 64 mil em indenizações. Outras duas operações como essa foram feitas esse ano no estado, nas quais 11 fazendas foram fiscalizadas.
Nessa quarta-feira (3) a Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou dados sobre o número de trabalhadores que foram libertados do trabalho escravo em 2008 no Paraná. Os dados demonstram que houve aumento do número de pessoas que deixaram essa situação no ano passado - foram 391 pessoas, contra 130 em 2007. Dessa forma, o Paraná está em 5º lugar no ranking nacional de libertação de pessoas em condições de trabalho análogo à escravidão.
Os dados da CPT são divergentes dos que foram apresentados na Delegacia Regional do Trabalho (DRT), que dão conta da libertação de 163 trabalhadores. Segundo Rogério Nunes da Silva, membro da coordenação estadual do CPT, 200 trabalhadores foram libertados de apenas uma fazenda em Porecatu, por isso os dados da DRT não poderiam estar corretos.
Os números divulgados pela CPT são do Ministério do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho.
A auditora fiscal do trabalho e chefe substituta da seção de inspeção do trabalho da DRT, Marileide Nonato disse que a fiscalização para impedir o trabalho escravo aumentou, mas que ainda não daria conta de todas as situações suspeitas.
Entretanto, em todo o país houve redução no número de trabalhadores que saíram da situação de escravização - foram 4558 em 2008, contra 5.266 em 2007.
Dessa forma, para o presidente nacional da CPT, dom Ladislau Bienarski, os dados demonstram que o trabalho escravo cresceu no Brasil e no Paraná. No entanto, Bienarski destacou que houve melhora na fiscalização.



