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Saúde

Trabalho infantil põe 115 milhões em risco

Relatório mostra que 7% da faixa etária entre 5 e 17 anos, em todo o mundo, atuava em atividades prejudiciais em 2008

Veja os índices de trabalho infantil, envolvendo crianças e jovens de 5 a 17 anos |
Veja os índices de trabalho infantil, envolvendo crianças e jovens de 5 a 17 anos (Foto: )

Mais da metade dos 215 milhões de crianças e adolescentes que trabalhavam no mundo em 2008 es­­tava em atividades que podem cau­­sar danos à saúde e à segurança. De acordo com o relatório "Cri­an­­ças em trabalhos perigosos: o que sabemos, o que precisamos fa­­zer", da Or­­ganização Interna­cio­­nal do Tra­­balho (OIT), 53% ou 115 mi­­lhões dos jovens de todo o mundo trabalhavam em atividades pe­­ri­­gosas, número que representava pouco mais de 7% de toda a faixa etária de 5 a 17 anos no planeta em 2008.Um dos pontos destacados pela OIT é o elevado número de acidentes de trabalho, doenças ou traumas psicológicos entre crianças e adolescentes: em média uma ocorrência por minuto. O documento da OIT foi divulgado ontem em ra­­zão da celebração, amanhã, do Dia Mundial contra o Trabalho Infantil.

O relatório mostra avanços e re­­trocessos na erradicação do trabalho infantil que oferece riscos aos jo­­vens. Enquanto o número de crian­­ças de 5 a 14 anos em atividades perigosas caiu pela metade de 2000 para 2008 – de 111,3 mi­­lhões para 53 milhões –, o de adolescentes de 15 a 17 anos cresceu cer­­ca de 20% em apenas quatro anos (de 51,9 milhões para 62,4 mi­­lhões), de 2004 para 2008. Acor­­do assinado entre países membros e a OIT determina que só maiores de 18 anos podem se en­­volver em atividades perigosas de trabalho.

A maioria dos jovens em ati­­vidades de risco é formada por me­­ninos e a situação deles praticamente não melhorou no período do estudo, enquanto o quadro pa­­ra as meninas apresentou redução de 23,5%. Na divisão por regiões do planeta, o relatório indica que a maior concentração de trabalho infantil em atividades perigosas estava, em 2008, na África Subsaariana.

Perversidade

O diretor-geral da OIT, Juan Somavia, afirmou que, apesar de progressos alcançados por muitos países, o total de crianças e adolescentes envolvido em trabalhos perigosos ainda é alto. "A persistência do trabalho infantil é uma acusação clara ao atual modelo de crescimento. Combater o trabalho que põe em risco a saúde, a segurança ou a moral das crianças deve ser uma prioridade comum e urgente", disse.

Segundo ele, os governos devem intensificar esforços para cumprir os tratados assinados contra o trabalho infantil e, principalmente, aqueles que oferecem risco físico e psicológico aos jovens. A OIT pede que os países elaborem uma lista de trabalhos perigosos, conforme estabelecido em convenção da entidade. Segundo o documento, 173 dos 183 países membros da OIT ratificaram o convênio número 182, que proíbe a utilização de crianças nas atividades mais perigosas. Essas práticas incluem aquelas que colocam os menores em situações análogas à escravidão, as que os envolvem atividades de prostituição e pornografia, as que empregam os jovens em atividades ilícitas e atividades que podem causar danos à saúde, à segurança e à moral das crianças.

No campo

A agricultura é a atividade onde se encontra o maior índice (59%) de crianças e adolescentes em atividades perigosas. Os riscos inclui carregamento de peso excessivo, manuseio de substâncias químicas e atividades que incluem o uso de máquinas e motores. No entanto, a entidade faz a ressalva de que nem todas as atividades no campo são prejudiciais. Muitas tarefas, conforme a OIT, podem ser "positivas" para as crianças e os adolescentes, dando a ele experiência e habilidades técnicas.

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