O transplante de medula óssea do menino João Daniel de Barros, o 'João Bombeirinho', de 6 anos, está marcado para o próximo dia 24. A informação foi confirmada na manhã desta sexta-feira pelo médico Lizandro Lima Ribeiro, hematopediatra do Serviço de Transplante de Medula Óssea do HC que acompanha o caso da criança. Como o doador da medula compatível reside no exterior (EUA), se necessário, pode ocorrer nova alteração da data.
Inicialmente, o procedimento do garoto estava marcado para hoje, mas, por causa da greve que atingiu o HC este ano e também devido à disponibilidade do doador, a data teve de ser remarcada. A medula do doador será coletada no dia 23 de outubro, um dia antes do transplante. João Bombeirinho é de Maringá e desde 2007 luta contra a leucemia linfoide aguda, doença que afeta as células brancas do sangue. Depois de passar por um primeiro tratamento que não trouxe resultados suficientes, o menino precisou entrar na fila de transplante de medula óssea para tentar uma recuperação mais precisa. No final do último mês de agosto, a família dele anunciou que haviam encontrado um doador, fora do país, com 90% de compatibilidade, o que já é satisfatório para o transplante.
De acordo com Ribeiro, a chance de que os resultados do procedimento sejam positivos é de 70%. "O maior risco para ele é que a doença volte após o transplante, assim como para a grande maioria das crianças que passa por isso. Não temos como dar a garantia que a doença não vai voltar, mas já é um grande passo", afirma o médico.
Tratamento
Em Curitiba desde o dia 10 de setembro, João Bombeirinho está recebendo acompanhamento ambulatorial contínuo para saber se as condições clínicas dele permanecem constantes. Se nada de anormal for diagnosticado até o dia 24, ele estará apto a ser submetido ao procedimento.
Para mãe do menino, Ana Estevan, a conquista do doador representa uma grande vitória na vida da família. "Estamos muito otimistas, muito ansiosos e também muito agradecidos a Deus por essa chance de vitória, que é a cura do João." Segundo ela, o menino passa bem e também aguarda nervoso pelo recebimento da medula. "Ele está muito mais ansioso que a gente. Come muito, perde o sono, mas tudo isso vai valer a pena."
A internação de João ocorrerá uma semana antes do transplante. Durante esse tempo, ele passará por sessões de quimioterapia e radioterapia, o que, de acordo com o hematopediatra do HC, é feito para eliminar a medula 'doente' e prepara-lo para o recebimento da nova.
Depois do procedimento, o menino vai permanecer por aproximadamente 100 dias em Curitiba, e a recuperação imunológica vai durar em torno de seis meses. Segundo Ribeiro, a cura total só poderá ser confirmada cinco anos após o transplante.



