São Paulo - Para diminuir a peregrinação de pacientes oncológicos pelos serviços de saúde, os hospitais credenciados ao Sistema Único de Saúde (SUS) para esse tipo de tratamento devem oferecer atenção integral aos doentes, do diagnóstico aos cuidados pós-operatórios. A nova regra, que redefiniu a forma de atendimento, consta da portaria do Ministério da Saúde que credenciou onze hospitais para integrar a rede do SUS.
A intenção do órgão é concentrar todo o atendimento ao paciente em um só local, o que facilita a análise da evolução clínica do doente e diminui seu sofrimento. "O grande problema que tínhamos antes é que o paciente ficava rodando pelo sistema e acabava com a atenção repartida entre os serviços, além do inconveniente de fazer a cirurgia num local e a radioterapia em outro", diz o secretário de atenção à saúde do ministério, Alberto Beltrame.
Atualmente, muitas vezes os pacientes são operados em um local e precisam se deslocar para outra instituição para poder fazer as sessões de quimioterapia e radioterapia, o que pode prejudicá-lo. A nova regra é considerada pelo Ministério como uma etapa do processo de reestruturação na oferta do tratamento do câncer no país.
Desde a publicação de uma portaria anterior, em setembro de 2007, a pasta deixou de credenciar os serviços que disponibilizavam os tratamentos de quimioterapia e radioterapia de forma isolada. Ou seja, que funcionavam fora dos hospitais credenciados pelo SUS.
Em 1998, eram 91 serviços como esses. Hoje, sobraram 17, porém com autorizações provisórias de funcionamento. Segundo Beltrame, nos locais em que houve descredenciamento de serviços isolados, sem relação com hospitais, novos foram abertos para receber a demanda.
O impacto, afirma Beltrame, deve ser a diminuição das filas de espera por procedimentos como a radioterapia, estimada em mais de 50 mil pessoas. "A espera por radioterapia é um problema que reconhecemos e estamos trabalhando para enfrentar", confirma o representante do ministério. "No entanto, a mudança deve representar um avanço no sistema de gestão para os Estados e municípios."
Terceiro turno
Outra forma para diminuir filas que pode ser adotada pelos hospitais é a abertura de um turno adicional de radioterapia. "Estamos prevendo as mudanças desde o ano passado, quando aumentamos o teto do repasse financeiro para os estados e municípios, o que pode permitir a criação do terceiro turno para esses serviços (radioterapia) e a habilitação de novos", diz Beltrame.
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