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Perigo

Tremores interditam prédio do Fórum Cível

Funcionários afirmam ter sentido abalos no edifício de 11 andares. Tribunal de Justiça contrata empresa para analisar estrutura do imóvel

Tribunal suspendeu preventivamente as atividades no Fórum até que um laudo ateste a segurança do prédio | Hedeson Alves/ Gazeta do Povo
Tribunal suspendeu preventivamente as atividades no Fórum até que um laudo ateste a segurança do prédio (Foto: Hedeson Alves/ Gazeta do Povo)

O Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná suspendeu preventivamente as atividades no Fórum Cível de Curitiba, a partir de hoje, após funcionários relatarem a ocorrência de tremores no prédio ontem e também na semana passada. O presidente do TJ, Miguel Kfouri Neto, ordenou a contratação de uma empresa especializada em estrutura de edificações para analisar o edifício de 11 andares, que fica na Avenida Cândido de Abreu, no bairro Centro Cívico. Eventuais prazos de processos ficam suspensos e emergências ficarão concentradas no plantão judiciário. A previsão é de que a interdição dure até sexta-feira. Todos os dias passam pelo Fórum Cível cerca de 5,5 mil pessoas. São em média 8 mil processos em cada uma das 21 varas do edifício.Após o aviso dos primeiros tremores, que teriam ocorrido na última sexta-feira, uma engenheira do TJ foi até o prédio e concluiu que não havia nenhum indicativo de abalo estrutural, como rachaduras nas paredes. Segundo o juiz diretor do Fórum Cível, João Luiz Manassés de Albuquerque Filho, há também um laudo do ano passado confirmando a inexistência de danos estruturais no edifício. Mas, em função da insegurança dos funcionários, o TJ decidiu contratar uma empresa especializada.

Os funcionários reclamam da falta de estrutura há anos. No início de abril, a Promotoria de Defesa do Consumidor do Ministério Público Estadual iniciou uma investigação para avaliar as condições do prédio, que, segundo relatos, apresentaria goteiras, infiltrações e salas sem forro.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Paraná, José Lúcio Glomb, explica que a mudança de endereço do Fórum Cível é uma reivindicação antiga. Ele argumenta que a estrutura atual é a mesma de 30 anos atrás e não acompanhou o crescimento de Curitiba. O Fórum está instalado no prédio desde 1978. Há um projeto do TJ para a construção de um edifício no Ahú, mas, segundo ele, o custo de R$ 700 milhões é muito alto para o orçamento atual do Poder Judiciário. Apesar das dificuldades, ele diz reconhecer o esforço de Kfouri Neto em solucionar o impasse. "É um problema de presidências anteriores que não tiveram visão administrativa e de futuro", afirma Glomb.

O coordenador-geral do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado do Paraná (Sindijus), José Roberto Pereira, afirma que a categoria briga por melhores condições de trabalho e que já houve outras situações em que as instalações da Justiça não eram seguras para cidadãos e trabalhadores. Ele explica que, além dos problemas estruturais, faltam também profissionais. "No interior até temos instalações novas, mas faltam mobiliário, equipamento de informática e pessoal. Na capital não há condições físicas. Faltou visão administrativa ao Judiciário", explica.

Abalos

O juiz Albuquerque Filho conta que funcionários do 9.º andar afirmaram ter sentido abalos na última sexta-feira. Ontem houve novos relatos de tremores perto do meio-dia. Não há como confirmar a existência dos abalos, já que nem todos os funcionários relataram o ocorrido e ainda não há laudos técnicos. O diretor do Fórum admite que hoje há problemas com a falta de espaço no prédio, que não comporta o número de pessoas que recebe todos os dias.

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