Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Entorpecentes

Triplica apreensão de crack em escolas

Desde o início do ano, polícia do PR localizou 127 pedras de crack em colégios ou áreas próximas

Marisa Monte no palco do Teatro Guaíra, em Curitiba, em abril de 2006 | Pedro Serápio - Arquivo GP
Marisa Monte no palco do Teatro Guaíra, em Curitiba, em abril de 2006 (Foto: Pedro Serápio - Arquivo GP)

A quantidade de drogas apreendidas em áreas escolares no Paraná neste ano já supera o que foi recolhido durante todo o ano de 2006 pelo programa Narcodenúncia da Polícia Militar. Neste ano, até o dia 14 deste mês, os policiais apreenderam 127 pedras de crack e 2,73 quilos de maconha nas escolas e áreas próximas, em uma distância de até 100 metros. Em 2006, foram retiradas 47 pedras de crack (quase três vezes menos do que neste ano) e 1,49 quilo de maconha.

Os números aumentam anualmente e trazem apreensão à sociedade durante a semana do Dia Nacional para Combate ao Tráfico de Drogas. Em 2005, por exemplo, foram localizadas 13 pedras de crack e a quantidade maconha não chegou a 1 quilo (87 gramas) nas áreas escolares.

Para o tenente-coronel Jorge Costa Filho, coordenador estadual do Narcodenúncia, porém, o tráfico de drogas entre os jovens não acontece nas escolas. "Droga em colégio sempre teve e vai ter. Não é o colégio que vai fazer com que a criança fique viciada, mas o ritmo de vida que ela leva", afirma. Ele diz ainda que não há motivo para o apreensão, pois o volume de drogas no interior das escolas "ainda é considerado aceitável", em comparação com as apreensões realizadas. Neste ano foram recolhidas no estado 453,1 mil pedras de crack e 41,1 toneladas de maconha.

A autora do livro As emoções e a escola, Denise de Camargo, acredita que o aumento no consumo de drogas vai ser refletir na escola. "A escola é uma instituição que está inserida na sociedade e reproduz os valores, costumes e comportamentos dessa sociedade", afirma.

A professora doutora em Educação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Araci Asinelli da Luz, destaca o crescimento na apreensão de crack em relação à maconha. "A maconha é uma droga depressora do sistema nervoso central e o crack estimulante. No jovem dá a idéia de poder. Essa sensação de poder pode potencializar o crime", diz. Para ela, os números mostram o fracasso das relações familiares e a ineficiência de políticas públicas, com exceção de uma: o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), método pelo qual os policiais fazem trabalhos lúdicos com os jovens. O projeto começou a ser aplicado em 2000 no Paraná e conta hoje com 160 instrutores.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.