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Ecoturismo

Turismo que mistura história e natureza

Litoral do Paraná destaca-se pela Serra do Mar, praias, baías e ilhas. Vale a pena embarcar em uma aventura pelos seus três mais belos cartões postais

Um dos 13 túneis que pontuam o trecho de 38 quilômetros da estrada de ferro na Serra do Mar. | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Um dos 13 túneis que pontuam o trecho de 38 quilômetros da estrada de ferro na Serra do Mar. (Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo)

O Litoral do Paraná pode ser enxuto (menos de 100 quilômetros de extensão), mas em uma região cuja identidade turística está fortemente associada à reserva ecológica da Serra do Mar e ao conjunto de baías e ilhas, não há dúvidas de que há muito o que se fazer além de pegar jacaré nas praias.

Uma boa pedida para quem aprecia uma aventura junto à natureza é um pacote de atividades de ecoturismo que inclui os três cartões postais do Litoral paranaense: o passeio de trem que liga Curitiba a Morretes; o complexo montanhoso do Marumbi e a Ilha do Mel. A Gazeta do Povo aceitou o convite e realizou uma versão compacta do passeio originalmente programado para três dias.

O passeio começa da Estação Ferroviária de Curitiba, de onde parte o trem para Morretes. A viagem pela ferrovia que acaba de completar 130 anos é marcada pela história de sua construção, um marco da engenharia nacional.

“Na segunda metade do século XIX, levava-se até três dias para ir de Curitiba ao Litoral. Para o transporte de cargas esse tempo era inviável, daí surgiu a ideia de projetar uma ferrovia que reduzisse a distância passando pela Serra do Mar. Após obstáculos impostos pela topografia da região, a obra começou em 1880, e cinco anos depois a ferrovia foi inaugurada”, narra Teodoro Jacob Winkler, 68 anos, um dos muitos aposentados que atuam como guias turísticos no trajeto.

Trem sai da Estação Ferroviária de Curitiba com destino a Morretes. O trajeto que corta a Serra do Mar é um dos maiores atrativos da viagem. | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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Trem sai da Estação Ferroviária de Curitiba com destino a Morretes. O trajeto que corta a Serra do Mar é um dos maiores atrativos da viagem.

Ponte São João, com 112 metros de extensão suspensos a 55 metros de altura, um dos pontos altos do passeio de trem. | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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Ponte São João, com 112 metros de extensão suspensos a 55 metros de altura, um dos pontos altos do passeio de trem.

Estação Marumbi é há pelo menos um século o ponto de apoio de “marumbinistas”. | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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Estação Marumbi é há pelo menos um século o ponto de apoio de “marumbinistas”.

Trem passa pelo complexo do Marumbi: uma das áreas de Mata Atlântica mais preservadas do Brasil. | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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Trem passa pelo complexo do Marumbi: uma das áreas de Mata Atlântica mais preservadas do Brasil.

Antes de entrar na Serra do Mar, o trem passa por municípios vizinhos de Curitiba. | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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Antes de entrar na Serra do Mar, o trem passa por municípios vizinhos de Curitiba.

A Estação Marumbi, aberta com a linha ferroviária em 1885, era inicialmente de madeira e provisória. | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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A Estação Marumbi, aberta com a linha ferroviária em 1885, era inicialmente de madeira e provisória.

Na década de 1940, a Estação Marumbi foi reconstruída em alvenaria. Hoje, as casas são utilizadas por equipes do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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Na década de 1940, a Estação Marumbi foi reconstruída em alvenaria. Hoje, as casas são utilizadas por equipes do Instituto Ambiental do Paraná (IAP).

Trilha de 800 metros por entre a serra. Com sorte, é possível flagrar algumas espécies que vivem na região, como macacos, aves e esquilos. | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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Trilha de 800 metros por entre a serra. Com sorte, é possível flagrar algumas espécies que vivem na região, como macacos, aves e esquilos.

Trajeto de jipe vai até Morretes. | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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Trajeto de jipe vai até Morretes.

Após o almoço, segue-se para Paranaguá, de onde embarca-se rumo à Ilha do Mel. | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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Após o almoço, segue-se para Paranaguá, de onde embarca-se rumo à Ilha do Mel.

Para conhecer todos os atrativos turísticos da Ilha do Mel, o ideal é permanecer pelo menos dois dias na ilha. | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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Para conhecer todos os atrativos turísticos da Ilha do Mel, o ideal é permanecer pelo menos dois dias na ilha.

Farol das Conchas foi inaugurado em 1872, parte das obras idealizadas por Dom Pedro II para modernizar a navegação comercial do país. | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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Farol das Conchas foi inaugurado em 1872, parte das obras idealizadas por Dom Pedro II para modernizar a navegação comercial do país.

Ilha do Mel | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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Ilha do Mel

Morro das Conchas. | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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Morro das Conchas.

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Às margens da ferrovia pode-se ver uma série de construções antigas, erguidas para abrigar engenheiros e operários que participaram do projeto da estrada. Destaque para a Casa Ipiranga, de 1916, na época a primeira residência com piscina do Paraná, que serviu de residência para o Engenheiro Fiscal do Tráfego e também como posto de telégrafo; e para o Santuário de Nossa Senhora do Cadeado, que marca o local do antigo escritório da Comissão Construtora da ferrovia, à época erguido em madeira. Foi no refeitório da antiga construção que a Princesa Izabel foi recepcionada com um banquete em dezembro de 1884.

Para além dos fatos históricos, a viagem de trem proporciona cenários de natureza exuberante, em uma das áreas de mata atlântica mais preservadas do Brasil. Um dos trechos mais aguardados são os 38 quilômetros de serra pontuados por 13 túneis. Cortando a serra, o trem passa pelo canyon Garganta do Diabo, pela cachoeira Véu da Noiva e culmina na Ponte São João, com 112 metros de extensão suspensos a 55 metros de altura. Logo em seguida, o trem avança pelo Viaduto do Carvalho que, assentado sobre cinco pilares de alvenaria em curva, provoca a sensação de que cada um dos vagões flutua no vazio.

Natureza faz a cabeça

A parada seguinte, de acordo com o itinerário ecoturístico, é a Estação Marumbi, que há um século é o ponto de apoio de “marumbinistas” – montanhistas dedicados a escalar o Marumbi, primeiro pico a ser escalado esportivamente no Brasil. Dali, segue-se por uma trilha de 800 metros por entre a serra, ao longo da qual, com sorte, é possível flagrar algumas espécies que vivem na região, como macacos, aves e esquilos. A flora nativa, rica, é uma espécie de colírio para os olhos.

Após o almoço em Morretes, segue-se para Paranaguá, onde há barcos com destino à Ilha do Mel. A ilha é um dos principais atrativos turísticos do Paraná e faz por merecer o reconhecimento: apesar de 85% de sua extensão ser estação de preservação ecológica e permanecer fechada para visitação, o que resta já é suficiente para encher os olhos e ocupar o tempo com trilhas, passeios marítimos, monumentos históricos, cicloturismo, surfe, stand up paddle ou mergulho – há atividades para todos os gostos e bolsos.

Com cerca de três mil moradores, o local é uma espécie de santuário natural – em qualquer direção, há beleza. Para manter o cenário protegido, há regras: por lá, qualquer veículo motorizado é proibido. Para explorar a ilha, o visitante pode escolher entre a bicicleta ou as próprias pernas. Vale o esforço.

“A Ilha do Mel é parte da identidade do Paraná. Quem não conhece, quer conhecer. São muitos atrativos: Farol das Conchas, Gruta das Encantadas, Baía dos Golfinhos. Para aproveitar ao máximo, organize a programação: para apenas um dia de passeio, escolha dois atrativos, mas o ideal é ficar mais, para percorrer a ilha toda com calma”, explica o agente de turismo Thiago Choinsky.

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