• Carregando...
O acusado no momento em que chegou a Curitiba, transferido de Joinville | Silvio Ribeiro/Gazeta do Povo
O acusado no momento em que chegou a Curitiba, transferido de Joinville| Foto: Silvio Ribeiro/Gazeta do Povo

Preso na manhã de sábado, em Joinville, Santa Catarina, Paulo Roberto Pereira Quintal, 36 anos, conhecido como Tutancamon, confessou ter participado do assassinato do delegado de Pontal do Paraná, José Antonio Zuba, e do funcionário público Adilson da Silva, no dia 24 de agosto, no litoral do estado. Ele alega, porém, que não foi o autor dos disparos.

Conforme o delegado-chefe do Centro de Operações Especiais (Cope), Hamilton Cordeiro da Paz, Tutancamon foi reconhecido por Francisco Diego Vidal Coutinho, 20 anos, preso no dia do crime e também acusado de participar da ação. Ainda segundo o delegado, ele disse que os disparos contra Zuba e Adilson foram efetuados por Felipe "Tex" e Paulo "Gauchi­nho", mortos dia 26 em confronto com a polícia. "No depoimento ele confessou a participação no crime, mas alegou não ter disparado em ninguém", afirma.

No depoimento, conta Hamil­­ton da Paz, Paulo Roberto não revelou detalhes sobre as ações, mas disse que o grupo veio ao Paraná com objetivos bem definidos. "Eles vieram para fazer uma série de assaltos em Curitiba. Eles chegaram ao litoral no sábado, dia 21. Alugaram uma casa em Matinhos, mas gastaram todo o dinheiro. Na segunda, vieram para Curitiba e venderam um artigo de ouro. Com o dinheiro, voltaram para a praia. Era um grupo bem armado e relativamente bem preparado", diz.

A prisão

Paulo Roberto Pereira Quintal estava sendo procurado por mais de 200 policiais do Paraná e de Santa Catarina desde o dia do crime. Ele foi detido pela Polícia Militar daquele estado após desembarcar de um ônibus no Terminal Central de Joinville. Ele não resistiu à prisão e estava fraco fisicamente, já que passou nove dias escondido no mato. Segundo a polícia, Paulo queria chegar à rodoviária e embarcar em um ônibus para o Rio de Janeiro.

Com Tutancamon, a PM catarinense encontrou duas armas. Uma pistola 9 mm e uma submetralhadora calibre 380, além de farta munição. Populares reconheceram o homem no ônibus e avisaram a polícia. Depois disso, policiais sem farda entraram no mesmo veículo e passaram a seguir o suspeito. Quinze homens participaram do cerco, que contou até com o uso de um helicóptero da PM. De acordo com a polícia, ele sobreviveu na mata comendo palmito e banana. Com ele, também foram encontrados remédios e um aparelho para medir a pressão arterial.

Na tarde de sábado, Paulo Quintal foi transferido, em um helicóptero da Polícia Militar de Santa Catarina, para a sede do Cope, na Vila Hauer, em Curitiba. Ouvido, Tutancamon foi levado ainda na noite de anteontem para o Centro de Triagem II, em Pira­­quara, na região metropolitana de Curitiba. Segundo o delegado, ele foi indiciado por homicídio qualificado. O inquérito policial envolvendo o suspeito já foi finalizado e será encaminhado para a comarca de Matinhos, que vai decidir se denuncia ou não o acusado. "Além do homicídio, cometido no Paraná, Paulo vai responder por porte ilegal de arma, tentativa de homicídio e falsidade ideológica em Santa Catarina", explica.

Crime

O delegado Zuba e o servidor Adilson da Silva foram mortos durante uma abordagem realizada em um camping de Pontal do Paraná, localizado no balneário Carmery. Os dois, acompanhados de duas investigadoras, foram até o local depois de receberem a denúncia de que ho­­mens armados estavam no acampamento.

As duas policiais foram rendidas e Zuba e o outro homem fo­­ram atingidos por tiros de metralhadora e pistola. Zuba morreu na hora. O funcionário público chegou a ser encaminhado para Hospital Regional de Paranaguá, mas não resistiu aos ferimentos e também morreu.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]