A Universidade Estadual de Londrina (UEL) reabrirá o processo administrativo disciplinar contra três dos 14 formandos de medicina que promoveram uma baderna no Hospital Universitário (HU), órgão da instituição, no ano passado. A decisão foi tomada ontem após os três se matricularem em cursos da residência médica na universidade.
Dos 14 alunos envolvidos na farra, oito haviam tentado a residência médica. Três foram aprovados e se matricularam.
Os três aprovados receberão um salário de R$ 1.916,45 como médicos residentes, além de um auxílio-moradia no valor de R$ 281,51 por mês.
Segundo o reitor Wilmar Marçal, ao efetivarem a matrícula, eles voltaram a ter vínculo com a instituição, provocando a reabertura automática do processo administrativo disciplinar. O vínculo dos alunos com a instituição havia sido rompido após decisão do juiz da 5ª Vara Cível, Mário Nini Azzolini, que determinou a formatura dos 14 envolvidos em 19 de dezembro.
O caso
No dia 20 de novembro, um grupo de formandos comemorava o fim do curso em um bar em frente ao Hospital Universitário. Parte do grupo, com sprays de espuma, rojões e bebidas alcoólicas, invadiu o saguão do hospital. A ação dos estudantes provocou pânico em servidores, pacientes e médicos do hospital.
O reitor decidiu suspender a formatura de 14 alunos 13 homens e uma mulher que foram identificados por câmeras do circuito interno de segurança do hospital. Além da suspensão da formatura, Marçal determinou abertura de processo administrativo disciplinar para apurar responsabilidades. No dia 12 de dezembro, eles não puderam se formar com os outros 82 formandos do curso.
Ao determinar a formatura dos 14 alunos, o juiz Mário Nini Azzolini decretou ainda sigilo de Justiça sobre o caso. No despacho, ele proibiu que os nomes dos envolvidos na baderna fossem divulgados.
O advogado Antônio Amaral, que conseguiu na Justiça a formatura dos 14 alunos, disse ser "natural a decisão da universidade de reabrir o processo interno. Amaral afirmou que ainda não foi contatado pelos alunos para defendê-los no processo administrativo disciplinar. "Caso eles me procurem, vamos defendê-los, sem problema algum, disse. Os três estudantes não foram localizados pela reportagem.
Segundo Marçal, o processo será reaberto no dia 1º de março início do ano letivo para os alunos de residência médica e pode gerar desde uma suspensão até a expulsão da universidade.



