
O reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Carlos Augusto Moreira Júnior, não vai pedir a reintegração do Centro de Computação Eletrônica (CCE) da instituição, que está ocupado há mais de 24 horas por 20 servidores técnico-administrativos. Com a ocupação do CCE, alguns serviços da universidade, como matrículas, transferências, processos de jubilação, aberturas de turmas e lançamentos de notas, estão suspensos.
A decisão, comunicada ontem por meio da assessoria da UFPR, foi tomada porque até agora nenhum aluno foi prejudicado por causa das manifestações. O primeiro semestre acadêmico terminou no último sábado e nesta semana só restam alguns estudantes que estão finalizando as provas. Além disso, o pedido de reintegração não será formalizado nesta semana porque muitas das reivindicações dos servidores são consideradas justas pela reitoria. Segundo a assessoria, a maior preocupação do reitor é com o atendimento no Hospital de Clínicas (HC).
Se por enquanto os manifestantes continuam acampados no local, na próxima semana a situação pode mudar. A assessoria do reitor informou que as matrículas dos alunos, as aberturas de turmas e outros processos administrativos dependem do sistema de computação para serem realizados entre os dias 2 e 12 de julho. Se até lá os servidores não desocuparem o espaço, o reitor deve dar início a uma negociação com o comando de greve.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino do Terceiro Grau Público de Curitiba (Sinditest), José Carlos Belotto, os servidores não pretendem desocupar o CCE até que as negociações evoluam. "Precisamos de um fato relevante para acabarmos com o movimento grevista", diz ele. Belotto afirma que somente as negociações em Brasília podem mudar a situação da greve. "Esperamos que o reitor da UFPR pressione o ministro do Planejamento para que o acordo saia mais rápido", afirma. A próxima assembléia geral do comando de greve, segundo Belotto, será realizada amanhã, nas escadarias do prédio histórico da UFPR, na Praça Santos Andrade. A orientação do comando nacional da Federação de Sindicatos de Trabalhadores de Universidades Brasileiras (Fasubra) é para que as assembléias sejam realizadas em espaços públicos, para mostrar à população a atividade dos servidores. Belotto comunicou ainda que nada foi decidido em relação ao futuro do 17.º Festival de Inverno de Antonina. Em Brasília, a quarta rodada de negociações será realizada na próxima segunda-feira.



