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Greve complicou o atendimento no Hospital de Clínicas e as matrículas na UFPR | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Greve complicou o atendimento no Hospital de Clínicas e as matrículas na UFPR| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Hospital de clínicas

Número de cirurgias despenca

No Hospital de Clínicas, onde a greve iniciou em 15 de junho, 74 funcionários estão parados. Por causa disso, as cirurgias eletivas – que são marcadas com antecedência – caíram de 45 para apenas dez por dia. Quando a greve acabar, todas serão reavaliadas para que as prioritárias sejam realizadas antes. Segundo a assessoria do hospital, as cirurgias de emergência continuam normalmente, assim como o atendimento nos ambulatórios. A coleta ambulatorial está suspensa desde o dia 27 de junho.

No pronto-atendimento, a situação permanece a mesma. Novos pacientes não estão sendo recebidos, a menos que o caso seja de extrema urgência. Cada paciente que chega é avaliado para saber se o atendimento pode ser feito ou não.

A greve dos servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) não vai atrasar o início das aulas – previsto para dia 1.° de agosto. Os 25 mil estudantes que desde o dia 6 de junho não conseguem efetuar suas matrículas pelo sistema, por falta de funcionários, devem realizá-las pessoalmente na primeira semana de aula."Por enquanto está tudo parado, não conseguimos realizar nenhuma matrícula. Se a greve não acabar e o sistema não voltar até o início das aulas, a coordenação vai matricular aluno por aluno. Será uma confusão pelo volume de estudantes, que no nosso caso são 273, mas não terá outro jeito", diz Abona Filho, coordenador do curso de Medicina Veterinária. Segundo a UFPR, este será o procedimento padrão para todos os cursos e não há risco de atraso no calendário acadêmico.

Diferenciados

Mesmo nos cursos de Medicina e Engenharia Mecânica, cujas aulas começam em 18 de julho, a estratégia será a mesma. O secretário da coordenação de Medicina, Irone Ferreira da Silva, explica que entre o 10.° e o 12.° período as aulas já começaram, portanto a matrícula foi feita antes da greve. O restante, cerca de 900 alunos, terão de comparecer à coordenação. "Eles vão assistir ás aulas normalmente, só vai dar mais trabalho para nós", explica. Mas outro problema que a UFPR ainda enfrenta é o fechamento de setores como o Restaurante Universitário (RU) e a biblioteca, que prejudicam os alunos que frequentam a instituição mesmo nas férias – como os que participam de pesquisas, estágios e bolsistas de setores administrativos. Segundo a universidade, alguns desses bolsistas ficaram sem receber este mês, pois durante a liberação do pagamento os funcionários da Pró-Reitoria de Planejamento entraram em greve. Por causa disso, o reitor, Zaki Akel Sobrinho, marcou uma reunião para a próxima segunda com o conselho de ética de greve para negociar que pelo menos os problemas que afetam os estudantes sejam resolvidos.

A acadêmica de Relações Pú­­blicas Erika Saito foi uma das prejudicadas pela paralisação. Ela é bolsista permanência, recebe R$ 315 por mês que a ajudam a pagar o aluguel, o ônibus e a comer, mas o dinheiro deste mês não caiu na conta dela. "Moro longe da família e qualquer dinheiro faz falta. Ficar sem o RU na última semana de aula foi difícil, pois para almoçar em um restaurante normal eu gasto em uma vez o que gastaria em duas semanas lá", conta.

Negociação

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral (Sinditest-PR), Wilson Messias, diz que uma nova assembleia vai acontecer na quarta, dia 13, e que até lá tudo permanece como está. Segundo ele, aproximadamente mil funcionários estão em greve, entre UFPR e Hospital de Clínicas. "No momento não pretendemos voltar atrás nem alterar o valor exigido. Sei que está prejudicando as matrículas, mas não tem como evitar. Quando voltarem de greve são os próprios funcionários que terão de trabalhar mais para fazer manualmente, mas isso faz parte das conse­­quências de uma greve", justifica.

A reivindicação é pelo aumento do piso salarial de R$ 1.034 para R$ 1.635 e um bônus a cada 18 meses de 5% do salário, que hoje é de 3,6 %.

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