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A apuração do assassinato de Paulo Gustavo de Freitas Turkiewicz, herdeiro da rede de lojas Disapel, pode ter um desfecho depois de mais de sete anos. O advogado Guilherme Navarro Lins de Souza, apontado como mentor e mandante do crime, vai a julgamento nesta sexta-feira (19). Ele é o último acusado pelo homicídio que vai enfrentar o júri popular. Outras duas pessoas suspeitas de envolvimento com o assassinato já foram condenadas. Um acusado foi absolvido.

O julgamento está previsto para começar às 9h na sede do Tribunal do Júri, no bairro Centro Cívico, em Curitiba. Além do réu, oito testemunhas – cinco de defesa e três de acusação – devem ser interrogadas em juízo. O júri deve ser encerrado apenas durante a noite. O último julgamento do caso durou cerca de dez horas.

Guilherme Souza foi denunciado por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e sem possibilidade de defesa da vítima), mas responde pelo crime em liberdade. Neste ano, o julgamento dele foi adiado quatro vezes.

"Apesar de um dos homens ter sido considerado inocente, estamos confiantes de que o Guilherme será condenado. Existem provas da participação dele no crime e da sua periculosidade. Ele tinha motivos para cometer o assassinato", diz a irmã da vítima, Ana Cristina Turkiewicz. Os familiares devem vestir camisetas em homenagem a Paulo Gustavo e levar algumas faixas para a sede do tribunal.

A reportagem entrou em contato por telefone com o advogado do réu, Henrique Cardoso dos Santos, mas ele informou que prefere não se manifestar antes do julgamento.

Crime

Turkiewcz foi morto com três tiros na cabeça e um no tórax em abril de 2003, no estacionamento de uma academia de tênis localizada no bairro Santa Felicidade. Na época do assassinato, ele tinha 31 anos.

Segundo denúncia do Ministério Público (MP), Guilherme Navarro teria encomendado a morte do herdeiro da Disapel, por meio de um pagamento de R$ 25 mil. O objetivo seria acobertar um desvio de dinheiro feito para contas próprias. Os recursos viriam do remanejamento do patrimônio que restava da extinta empresa, em grande parte enviado a contas no exterior.

Outra versão apresentada na época das investigações é de que Turkiewicz, responsável pela massa falida das Lojas Disapel, teria participado das aplicações feitas no exterior e teria desviado R$ 2 milhões, o que teria irritado o advogado, cúmplice da fraude. Outros acusados

Três suspeitos de participarem do assassinato já foram julgados. O primeiro foi Rogério Juliano Gonçalves, de 42 anos. Em 2008, ele foi condenado a 12 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado. No entanto, a pena dele foi aumentada para 14 anos e 8 meses depois que a família da vítima recorreu da sentença. Gonçalves confessou que levou o pistoleiro Altaídes Prestes Lemos até o local do crime.

Lemos acabou julgado e condenado no ano passado a 21 anos de prisão. Ele foi acusado de homicídio duplamente qualificado, por crime hediondo, praticado sob encomenda e sem a possibilidade de defesa da vítima. No julgamento, ele foi apontado como o autor dos disparos que mataram a vítima.

No último mês de setembro, Sebastião Cândido Gouveiafoi absolvido de culpa no assassinato. Ele era apontado como um dos agenciadores que contratou o pistoleiro para executar a vítima. No júri popular, ele foi considerado inocente por 4 votos a 3. A família de Turkiewicz está recorrendo desta decisão.

A empresa

A rede de lojas Disapel, fundada na década de 1970, teve sua falência decretada em junho de 2000, época em que contava com 81 filiais distribuídas nos três estados do Sul do país – 36 no Paraná, 20 em Santa Catarina e 25 no Rio Grande do Sul. As lojas foram levadas a leilão, e adquiridas por R$ 12,1 milhões pelo Ponto Frio.

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