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Capital regional

Um novo pólo de desenvolvimento

Levantamento do IBGE mostra que nos últimos 16 anos a cidade de Cascavel, no Oeste do estado, alcançou centros importantes do Paraná, como Londrina e Maringá

A agricultura, que apostou na diversificação e em novas tecnologias, é o principal fator de desenvolvimento da região oeste do estado | César Machado/Vale Press
A agricultura, que apostou na diversificação e em novas tecnologias, é o principal fator de desenvolvimento da região oeste do estado (Foto: César Machado/Vale Press)
Relações entre as cidades |

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Relações entre as cidades

O Paraná não é mais o mesmo. Se na década de 1960 a Grande Curitiba abocanhava as matrizes das principais marcas, as maiores indústrias e os mais altos níveis dos serviços públicos, nos últimos 30 anos o desenvolvimento encontrou seu caminho no interior do estado. Primeiro chegou ao Norte, e agora ao Oeste. Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que Cascavel se firmou nos últimos anos como o novo pólo do crescimento paranaense.

O que Cascavel tem que as demais cidades não têm? São vários fatores. No estudo "Regiões de Influências das Cidades", feito pelo IBGE em todo o país para analisar como e por que as cidades brasileiras se relacionam, Cascavel é a mais citada por moradores da Região Oeste que procuram tanto serviços públicos, como saúde, quanto privados, como o comércio.

O município passou a ser classificado pelo IBGE como uma capital regional de nível B, mesma posição ocupada por Londrina e Maringá, no Norte do estado. Há 16 anos, quando a pesquisa foi realizada pela última vez, Cascavel era nível C, mesma classificação ocupada hoje por Ponta Grossa, nos Campos Gerais.

Há quem defenda que o crescimento do município, em tão curto tempo de vida (56 anos), se deve à agropecuária. "Tenho 62 anos e há 46 moro em Cascavel. Posso dizer que a cidade é privilegiada pelo comércio e pela agricultura", acredita o vice-presidente da Federação das Associações Comerciais do Paraná (Faciap) em Cascavel, João Destro. Ele diz que a tecnologia aplicada no campo rende a Cascavel os melhores índices de produtividade.

Os números confirmam a afirmação. O Valor Bruto de Produção (VPB) de 2006 – índice que congrega a geração de riquezas agropecuárias no Paraná – mostra que Cascavel é a terceira potência do estado no setor. O VPB do município foi de R$ 417,1 mil. Em segundo lugar aparece Castro, nos Campos Gerais, e em primeiro está Toledo, também no Oeste, com R$ 615,5 mil.

Para o coordenador regional da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) em Toledo, Augusto José Sperotto, a agricultura é a mola propulsora do desenvolvimento no Oeste. "As pequenas propriedades souberam trabalhar com diversificação de culturas, enquanto no agronegócio o empresário do campo soube apostar na modernização", analisa. Atrelado a isso, a região atraiu a instalação de agroindústrias. "Isso aumentou a demanda e o grau de competitividade do agronegócio como um todo."

Para Sperotto, o que ainda freia o desenvolvimento da região é a deficiência logística. "Na questão do transporte rodoviário estamos bem servidos, mas ainda faltam alternativas que possam proporcionar redução nos custos", diz, citando o transporte ferroviário.

Transformação

O Oeste do Paraná redesenhou o mapa do desenvolvimento no estado. Para a geógrafa Rosa Moura, do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), houve uma transformação recente no interior. Segundo ela, enquanto Curitiba se confirmou como pólo industrial da década de 1960 à de 1990, aumentando a rede de influência, da década de 1990 para cá a Região Oeste deu um salto.

Atualmente, Cascavel exerce influência sobre 85 municípios, incluindo centros como Foz do Iguaçu, Toledo e Francisco Beltrão. "A pesquisa demonstra que o desenvolvimento do Paraná está polarizado no Norte, tendo como representantes Londrina e Maringá, e no Oeste, com Cascavel", afirma Rosa.

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