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Moradores da praia de Armação, em Florianópolis, colocaram tocos de madeira para conter a água | Raquel Heidrich
Moradores da praia de Armação, em Florianópolis, colocaram tocos de madeira para conter a água| Foto: Raquel Heidrich

Santa Catarina tem 102 cidades em situação de emergência em razão das fortes chuvas que atingiram o estado nos últimos três meses. Ontem, Florianópolis decretou emergência por causa da ressaca do mar, com ondas chegando a 3 metros.

Só na última semana, 27 municípios decretaram emergência e 4 mil pessoas tiveram de abandonar suas casas. A declaração de si­­tuação de emergência é exigida pe­­la Secretaria Nacional de Defesa Ci­­vil para liberação de verbas emergenciais para o município on­­de ocorreu o desastre. A vigência do decreto é de 90 dias, e ele po­­de ser prorrogado por igual período.

O volume de chuva no mês de maio está acima da média na maior parte das regiões catarinenses, segundo a meteorologista Marilene de Lima, do Centro de In­­formações de Recursos Ambien­tais e de Hidrometeo­­ro­­lo­­gia. A formação de um ciclone extratropical vai trazer mais chuvas e rajadas de vento para o Sul do estado.

Capital

Em Florianópolis, 60 casas que ficam em áreas de encostas foram interditadas pela Defesa Civil. Segundo o major Márcio Luiz Alves, duas pessoas ficaram feridas no desmoronamento de uma casa no Morro do 25. "Só tivemos três dias de sol este mês. As equipes não conseguem trabalhar na recuperação dos estragos porque não para de chover", afirma.

Na parte sul da ilha o problema é a ressaca. Na Praia da Ar­­mação do Pântano do Sul, o mar cobriu a faixa de areia e já provocou estragos em cinco casas. Arantes Monteiro Filho, líder comunitário, conta que a praia é uma das mais visitadas por turistas. "Desde abril, quando houve uma forte ressaca, o mar não voltou mais ao normal e continua subindo", disse.

Além dos danos a residências, a ressaca já prejudica a principal fonte de renda da região, a pesca. O período de defeso da tainha, em que a pesca é proibida, terminou no último sábado, mas os pescadores estão impedidos de trabalhar. "Ninguém conseguiu ir para o mar ainda por causa da chuva e da ressaca", conta Mon­­teiro Filho.

A chuva também provocou estragos em duas rodovias do estado. Segundo a Defesa Civil, a pista cedeu no km 139 da SC-301, em Campo Alegre. Não foi preciso bloquear a rodovia, pois há desvios pela lateral da pista. Já a rodovia SCT-280, em Porto União, está parcialmente interditada. Houve uma queda de barreira no km 291 da rodovia. Os motoristas também encontram problemas nas rodovias SC-466, em Itá; SC-457, em Lebon Régis; SC-302, em Matos Costa; e na SC-451, em Caçador, em razão das chuvas das últimas semanas.

Ciclone

A ressaca, as chuvas e os ventos fortes de ontem foram provocados por um ciclone extratropical, que também atingiu o Rio Grande do Sul.

Segundo a meteorologista Marilene de Lima, a área de baixa pressão, associada à frente fria que está sobre a Região Sul do país, dará origem a outro ciclone no oceano. Rajadas de vento de até 70 km/h devem atingir o litoral sul do estado. O tempo permanece chuvoso hoje e o sol só volta a predominar amanhã.

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