
O imóvel onde se localiza a Rodoferroviária de Curitiba deve ser cedido à cidade pela Secretaria de Patrimônio da União, órgão do Ministério do Planejamento, conforme a assessoria de imprensa do órgão. O contrato para o uso do prédio e do terreno vence no dia 25 deste mês e será renovado por um ano. Nesse período, o processo de transferência de proprietário chamado de incorporação de patrimônio da União será efetivado. Com a oficialização da troca de proprietário e a confirmação do contorno ferroviário nos moldes previstos pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), planeja-se a ampliação da atual Rodoferroviária. E, em um segundo momento, sem prazo definido, deve-se construir outra rodoviária no Contorno Sul de Curitiba, conforme o Plano Diretor da cidade de 2004.
Por ser de propriedade federal e não haver certeza da renovação do contrato, a Rodoferroviária não recebeu melhorias, de acordo com Luiz Hayakawa, arquiteto do Ippuc. Conforme Hayakawa, a Rodoviária começa a ficar saturada devido ao crescimento da cidade e da região metropolitana, necessitando de investimentos. "Hoje, o local ocupado pelos vagões dos trens é maior do que a Rodoferroviária em si", afirma. "Nesse local, além de realizar a ampliação, pode-se fazer uma conexão direta com a Avenida das Torres, por exemplo", esclarece. Cogita-se até uma recuperação ambiental do Rio Belém, que corta o terreno.
No projeto, o Terminal do Guadalupe seria desativado, e os ônibus que atendem as cidades da Região Metropolitana passariam a desembocar na Rodoferroviária, criando um novo terminal de integração. "Isso daria facilidade ao usuário da RMC, permitindo seu desembarque direto para para uma viagem interestadual ou para outros estados", diz.
As melhorias para os moradores da RMC não param por aí. Com base nos preceitos do Plano Diretor de 2004, uma nova Rodoviária deve ser construída na região sul de Curitiba. Na área, estão os bairros mais populosos da cidade e os municípios da RMC com maior índice de crescimento. O espaço será construído em um terreno ainda indefinido no contorno sul, próximo à Linha Verde. A ideia é fazer com que alguns dos ônibus de viagem não trafeguem pelo centro da capital, aproveitando os contornos rodoviários. "A prioridade, contudo, é resolver os problemas da atual rodoviária", afirma o arquiteto.
Segundo Hayakawa, com dois terminais, será possível fazer remanejamento de linhas, criando facilidade de deslocamento em alguns itinerários. "Os estudos vão apontar quais destinos são mais apropriados em uma ou outra rodoviária", explica. Não há pressa e nem sequer prazo definido para a construção desse novo espaço. "Tudo depende de orçamento. Se existir muito dinheiro, pode-se adiantar. Se não houver, trabalha-se com calma", diz.
Planejamento futuro
Conforme Hayakawa, o planejamento urbano deve vislumbrar as necessidades da cidade para muitos anos no futuro. É com esse pensamento que o Ippuc realiza estudos para a reforma da Rodoferroviária, da construção do novo terminal e do novo projeto do contorno ferroviário. "É muito importante pensar a longo prazo. Mesmo que haja mudança de administração, a diretriz do que deve ser feito para manter a qualidade da cidade está pensada", explica.



