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Em Maringá, no Noroeste do estado, três jovens de famílias que moram em bairros nobres da cidade ganharam a bolsa integral do Prouni – o programa federal para universitários carentes. As informações são do site de notícias G1 e do programa Fantástico, da Rede Globo.

As três alunas que estudam Medicina na Uningá de graça desde 2008, com bolsa do Prouni, deixaram de pagar, juntas, quase R$ 300 mil. A mensalidade custa R$ 3,2 mil.

As jovens moram em casas confortáveis. Belisa Stival, Ca­­mila Colombari Medeiros e Mi­­lena Lacerda Colombari estão no quarto ano de Medicina na Unin­­gá, uma faculdade particular com 7 mil alunos.

Segundo o Ministério da Educação, Milena Colombari começou a receber bolsa integral do Prouni em 2005, quando fazia Biomedicina na Uningá. Em 2008, foi para Medicina e continuou estudando de graça. Milena mora com os pais e o irmão numa casa com piscina. O pai dela é dono de um buffet, inaugurado em outubro do ano passado. Apuramos que, para uma festa de quatro horas com 200 convidados, o pai de Camila cobra R$ 7 mil.

A estudante de Medicina acha justo receber o Prouni. "Esse ano até a gente passou por certas dificuldades. Nem viagem pra praia a gente não foi", comenta Milena.

Existem regras rígidas para conseguir a bolsa integral do Prouni, como ter cursado o ensino médio em escola pública ou ter sido bolsista integral em colégio particular e comprovar que a renda mensal familiar, por pessoa, não passa de um salário mínimo e meio: R$ 765.

Camila Colombari Medeiros, que também estuda Medicina de graça na Uningá com verba do Prouni, vive num sobrado com a mãe e uma irmã. Segundo o MEC, ela começou a receber bolsa em 2008.

Belisa Stival, desde 2008, também estuda sem pagar nada. A família, de quatro pessoas, mora numa casa de dois andares.

Parentes na seleção

É a própria instituição de ensino que decide quem recebe a bolsa do Prouni e que encaminha a lista para o Ministério da Educação.

As três jovens têm parentes em cargos importantes na faculdade.

Belisa é filha de Ney Stival, o diretor de ensino da Uningá. Camila é filha de Vânea Colombari, coordenadora de cursos profissionalizantes. Milena é sobrinha de Vânea.

O pai de Belisa e diretor de ensino da Uningá, diz que não há irregularidades. O diretor alegou ainda que a documentação apresentada pelas bolsistas atendia aos requisitos do MEC. "A instituição não tem uma equipe de investigação pra saber se o fulano que há um tempo morava de aluguel, hoje mora num palacete", diz o diretor. Pelas regras do Prouni, a faculdade tem obrigação de pedir ao aluno que reapresente – pelo menos uma vez por ano – a documentação comprovando a baixa renda.

Investigação e punições

A faculdade cancelou as duas bolsas apenas na sexta-feira, depois de saber que o Fantástico preparava a reportagem. "Se for constatada a irregularidade, a instituição vai ser desvinculada, podendo inclusive responder judicialmente e até criminalmente pelos fatos", afirma Simone Horta, coordenadora de supervisão do Prouni.

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