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Inovação

Uso de sonorizador em coletivos causa polêmica

Um laudo da Secretaria Municipal do Meio Ambiente deve definir a implantação ou não de sonorizadores em ônibus que trafegam por ruas de grande circulação de pedestres no Centro de Curitiba. O estudo vai mostrar o impacto sonoro do mecanismo, que emite um som semelhante ao de um sino e serviria para alertar os pedestres da presença dos coletivos. O alarme pode ser ouvido a uma distância de até 20 metros e faz parte de um projeto de lei que tramita na Câmara Municipal.

Desde o início de dezembro, um ônibus biarticulado da linha Boqueirão vem usando o equipamento para testes. A Urbs, empresa responsável pelo transporte coletivo de Curitiba, informa apenas que o sonorizador está em fase de avaliação e que o assunto só será comentado após a análise dos resultados do teste, o que deve acontecer na próxima semana.

A possibilidade de implantação dos sonorizadores em todos os ônibus que circulam no Centro já vem gerando debate. O Sindicato da Habitação e dos Condomínios do Paraná (Secovi) enviou um ofício ao vereador José Maria Alves Pereira (Zé Maria), autor do projeto, contrário aos avisos sonoros. "Entendemos a preocupação do vereador com os pedestres, mas a tendência é que este equipamento só aumente a poluição sonora e confunda os pedestres, como acontece com as buzinas", diz Luiz Carlos Borges da Silva, vice-presidente do sindicato que representa sete mil condomínios residenciais e comerciais.

O vereador Zé Maria diz que a idéia do sonorizador é baseada num sistema adotado em Londres e tem como objetivo prevenir atropelamentos. "Dois funcionários da Câmara morreram atropelados por biarticulados no ano passado", diz. Segundo o vereador, o equipamento será acionado automaticamente em trechos de grande circulação de pedestres, por meio de GPS (um tipo de radar). "Não causa poluição sonora. Além disso, depois das 21 horas, o volume do sinal seria mais fraco."

Para Sandro Soares, 38 anos, funcionário de uma distribuidora de doces que fica num dos trechos em que o sonorizador está em teste, o barulho é suportável. "A gente sabe de longe que o ônibus está vindo. Mas acho que se todos fizessem esse barulho seria infernal." O comerciante Elias Cabral, de 55 anos, prevê muito barulho em frente à sua lanchonete, caso a lei seja implantada. "Passam muitos ônibus aqui na frente e a sirene do teste dá para ouvir quando ele está lá na esquina (a lanchonete fica no meio da quadra."

A fisioterapeuta Lorimar Pellizzaro, de 25 anos, acha que o incômodo compensaria. "Estava na calçada e um ônibus passou tão perto que me machucou no braço. Se tivesse o sinal eu teria percebido ele chegando." O motorista do ônibus que faz o teste do aparelho também não se incomoda com o barulho. "Aqui de dentro quase não ouvimos nada."

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