
A informação, divulgada no início de março, de que o Hospital São Vicente venceu a licitação para o atendimento dos beneficiários do Sistema de Assistência à Saúde (SAS), o plano de saúde do funcionalismo público estadual, está causando transtornos para os usuários. Segundo a assessoria de imprensa do Hospital Evangélico que desde 2002 presta esse serviço , muitas clínicas e profissionais terceirizados estão deixando de atender os segurados por achar que o Evangélico não é mais responsável pelo serviço.
O São Vicente arrematou a licitação pública no dia 5 deste mês. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Administração, o resultado do processo está na Casa Civil aguardando a homologação do governador Roberto Requião. Depois disso, haverá no mínimo 30 dias para a migração dos serviços de uma instituição para a outra.
No meio de tantos desencontros estão os beneficiários do SAS, descontentes com o serviço oferecido pelo Hospital Evangélico. Ontem, as deficiências no atendimento provocaram um pequeno tumulto no Evangélico Centro Médico, no Centro de Curitiba.
O agente penitenciário Emerson de Alvarenga Santana e sua mulher, Luciana Santana, contaram que marcaram duas consultas com o oftalmologista há pouco mais de uma semana. Ao chegar ontem no local em que deveriam ser atendidos foram informados de que os horários não estavam reservados para eles. "As consultas foram marcadas pelo telefone (0800-7014151), mas não apareciam no sistema", explicou Santana. Outra consulta com um clínico-geral marcada para a tarde de ontem também foi cancelada porque o médico não vai trabalhar esta semana. O casal tentou falar com a funcionária da Ouvidoria, mas teve de esperar porque ela estava na fila aguardando para fazer um exame se sangue, segundo Santana.
A Secretaria de Estado da Administração e da Previdência informou, pela assessoria de imprensa, que o Hospital Evangélico tem feito o pagamento de prestadores de serviços com atraso, o que vem provocando o cancelamento de consultas pelo SAS. Isso estaria acontecendo com os médicos oftalmologistas.
O diretor geral do Hospital Evangélico, Constantino Miguel Neto, disse que "essa informação é absurda". Segundo ele, os repasses de recursos estão sendo feitos normalmente na capital. O diretor comentou que existe um problema em Paranaguá, mas que o Evangélico está tentando resolver (leia box).
Licitação
O São Vicente ficará responsável pelo atendimento a aproximadamente 112,3 mil beneficiários do SAS em 38 municípios da região de Curitiba. O edital da licitação estabelecia em R$ 22,30 por mês o preço teto pago pelo estado por beneficiário. A proposta vencedora foi de R$ 21,95. O contrato tem prazo de vigência por um ano e custo mensal de R$ 2,464 milhões para o governo.



