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O último dia antes da entrada em vigor da obrigatoriedade do uso do cartão-transporte nos micro-ônibus do sistema de transporte coletivo de Curitiba foi de "correria" no centro da cidade. Nas bancas da Praça Carlos Gomes e da Praça Rui Barbosa havia cartões avulsos para serem vendidos aos passageiros, mas não tinha crédito disponível. "Passei em todas as bancas da região central. Não encontrei nada. Foi muita falta de organização", diz a servidora pública Jurema Fátima da Cunha.

É o caso, também, de Iara Maria Elizeu Machado. "Estou desde o período da manhã tentando encontrar crédito para comprar, mas não achei em nenhuma banca", relata. Ela conversou com a reportagem às 16 horas.

Para comprar o crédito, os donos das bancas precisam ir à Urbs e fazer o pagamento em dinheiro. "Eu comprei três lotes com 300 passagens. Acabou tudo e tive de tirar um funcionário daqui e mandá-lo comprar mais. Essa logística não está funcionando", conta José Autenisio, proprietário da Banca Carlos Gomes. A reportagem ficou na banca por cinco minutos. Nesse período, pelos menos cinco pessoas passaram pelo local para fazer a recarga no cartão.

Na Banca Bom Jesus, na Praça Rui Barbosa, teve fila. "Logo de manhã formou uma fila enorme aqui na frente da banca. Em pouco tempo todo o crédito foi comprado", relata o atendente Acir Xavier. Ele reclama, também, da forma como a compra deve ser feita. "Isso de ir pessoalmente para adquirir crédito não funciona. Eles deveriam abrir uma linha de boleto, como é feito com o crédito de celular", relata.

Marciane Pavani, proprietária da Revista Cultura, também na Praça Rui Barbosa, diz que a correria é decorrente do atraso na entrega das máquinas. "A máquina só foi liberada para a gente ontem (quarta, 30). Hoje (quinta, 31), às 10h, já não tinha mais crédito. Meu marido foi lá na Urbs comprar mais", conta.

De acordo com a Urbs, algumas máquinas foram liberadas na quarta-feira e outras nesta quinta-feira. Sobre a compra de crédito, o órgão informa que houve um mal-entendido. "É só a primeira compra que deve ser feita aqui. Depois, basta fazer um depósito no banco e avisar a gente pelo número que foi dado para eles. Isso foi dito em reunião nesta semana", informou o órgão. A Urbs também avisa que o sistema será melhorado com o tempo.

Espera longa

Por causa da falta de crédito nas bancas, a Urbs da Matriz ficou lotada de gente o dia todo. O atendimento, que geralmente demora 15 minutos, levou duas horas. "Faz quase duas horas que estou esperando. Mas sei que a culpa foi minha, já que deixei para última hora", brinca o designer industrial João Paulo Neto.

No débito é mais caro

Há duas possibilidades de cartão: o convencional, feito na Urbs, e o avulso, que custa R$3. Quando o usuário faz a carga no avulso, ele paga o valor da passagem de ônibus (R$ 2,70) mais a taxa administrativa das bancas, que é de R$ 1. Compras realizadas com cartão de débito ou crédito, no entanto, têm acréscimo de 5%. "Se eu não fizer essa cobrança do usuário, não compensa, pois o banco ‘come’ meu dinheiro", relata Francisco Sildivan, proprietário da Banca da Catia.

Balanço

De acordo com a Urbs, desde o dia 12 de julho até esta quinta-feira (31), 17.250 cartões-transporte foram emitidos nos nove postos de atendimento espalhados pela cidade. Somente nesta quinta-feira (31) até às 18h, 2.009 documentos foram emitidos. A previsão da Urbs era que esse número chegue a 2.100.

A média de cartões-transporte emitidos por mês em Curitiba, de janeiro a junho deste ano, foi de 7.988. Em 15 dias de operação antes da substituição do uso de dinheiro pelos cartões nos micro-ônibus, a emissão dos documentos foi cerca de 120% maior que a média mensal.

A Urbs garantiu que não vai faltar cartão-avulso para vender nas bancas. Segundo o órgão, serão liberados para venda quantos cartões forem necessários.

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