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Veterinária

Vacina contra a raiva só em clínica privada

Doses aplicadas em campanhas do Ministério da Saúde foram colocadas sob suspeita após a morte de 217 cães e gatos

Cão é vacinado em campanha de bloqueio da raiva em Londrina, em março deste ano: imunizações estão suspensas | Roberto Custódio/Jornal de Londrina
Cão é vacinado em campanha de bloqueio da raiva em Londrina, em março deste ano: imunizações estão suspensas (Foto: Roberto Custódio/Jornal de Londrina)

As vacinas contra a raiva animal disponíveis em clínicas veterinárias particulares não fazem parte do lote que foi suspenso pelo Ministério da Saúde na última quinta-feira. Elas foram fabricadas por um laboratório diferente do contratado pelo poder público. A imunização feita com as doses suspeitas pode ter causado a morte de 217 cães e gatos e ainda ocasionado efeitos colaterais graves em outros 1,4 mil animais, principalmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

A notícia de que a vacinação estava suspensa deixou os donos dos animais confusos sobre que procedimento adotar. "Muitos clientes ficaram perdidos. Não sabiam se deviam vacinar seus cães e gatos na clínica", conta a médica-veterinária Andréia Azevedo de Lima Waba, que foi questionada por diversas pessoas sobre o assunto. As autoridades de saúde, no entanto, afirmam que não há motivo para preocupações em relação às vacinas compradas nas clínicas veterinárias. "Não é a mesma dose, pois elas foram produzidas em diferentes laboratórios", explica a chefe da Divisão de Zoonoses e Animais Peçonhentos da Secretaria de Saúde (Sesa), Gisélia Burigo Rúbio.

A vacina suspeita é a RAI-PET®, produzida pelo laboratório Biovet, que possui registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) desde 2003.

Campanha gratuita

Vinte e cinco municípios paranaenses das regiões de Foz do Iguaçu e Toledo participaram da campanha realizada pelo Ministério da Saúde. Até o dia 20 de setembro, 132.839 mil animais haviam sido vacinados no estado e nenhum caso de morte ou de efeitos colaterais graves foi registrado no Paraná. "Constatamos os efeitos comuns, quando o animal sente dor e fica inquieto. Nada além disso", afirma Gisélia. Com a suspensão das imunizações, apenas Ramilândia e Medianeira deixaram de oferecer o serviço, pois são os únicos municípios que ainda estavam com a campanha em andamento.

As demais cidades paranaenses não fazem parte da iniciativa encabeçada pelo Ministério da Saúde porque não estão localizadas na área considerada de risco que abrange a região da fronteira com o Paraguai. Mesmo sem a realização das campanhas, os donos de animais têm acesso às vacinas antirrábicas durante o ano inteiro nas clínicas particulares.

O poder público faz campanhas de bloqueio em outras cidades como medida de segurança quando é identificada a morte de morcegos ou quando estes animais apresentam hábitos incomuns. Foi o que ocorreu em Londrina, em março deste ano. Nestas situações, todos os animais que moram próximo ao local onde o morcego morto foi encontrado são vacinados. Este procedimento também está suspenso.

Ontem, representantes do Ministério da Saúde se reuniram para definir quais serão dos desdobramentos referentes à suspensão das vacinas. A expectativa é que na próxima quarta-feira sejam divulgados novos encaminhamentos. Foram compradas para a campanha de vacinação antirrábica deste ano 31 milhões de doses da vacina. A Sesa afirmou que seguirá as determinações do ministério em manter as vacinas acondicionadas até as conclusões dos estudos que estão em andamento.

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