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Acidentes entre carros e trens são um dos maiores riscos causados pela presença de ferrovia dentro da cidade | Aniele Nascimento/Arquivo Gazeta do Povo
Acidentes entre carros e trens são um dos maiores riscos causados pela presença de ferrovia dentro da cidade| Foto: Aniele Nascimento/Arquivo Gazeta do Povo

Os 48 cruzamentos entre ruas e ferrovias existentes dentro de Curitiba – tecnicamente conhecidos como passagens de nível – são um dos problemas causados pela presença do trem dentro da cidade. Segundo as autoridades, o vandalismo dificulta a sinalização dos cruzamentos. De acordo com o estudo "Sinalização e segurança no transporte ferroviário de dentro das cidades", a Urbs instalou cancelas em 32 passagens de nível. Todos os equipamentos foram furtados, sem exceção, incluindo as hastes de alumínio das cancelas e os equipamentos eletrônicos dos sinalizadores.

A alternativa encontrada pela Urbs e pela ALL foi investir na chamada sinalização passiva, que consiste no uso de faixas, placas, olhos de gato (tachão) e redutores de velocidade. A concessionária e a prefeitura afirmam que, mesmo com a falta de cancelas, a sinalização está de acordo com as normas. A instalação das cancelas também não é obrigatória. A opção pela sinalização passiva seria uma garantia de segurança para os motoristas, já que os tachões e redutores de velocidade não são alvo de vandalismo.

Em todo o atual trajeto existem 61 passagens de nível, por onde passam 90 linhas de ônibus que transportam 320 mil passageiros por dia. Mesmo com o alto tráfego e com a falta de cancelas, o número de acidentes é baixo, com uma média de 5 por ano nos ramais Rio Branco do Sul e Iguaçu. No primeiro houve uma diminuição de 50% após a implantação da sinalização em 2003. Os veículos que mais se envolvem em acidentes são automóveis.

Os cruzamentos dentro de Curitiba que envolvem as ruas mais movimentadas estão nos bairros Barreirinha, São Lourenço, Cabral, Centro, Alto da XV, Hugo Lange, Jardim Botânico, Capão da Imbuia e Cajuru. Entre março e outubro, período de safra, a movimentação chega a cerca de 30 trens diários, sendo 25 com destino ou origem no Porto de Paranaguá e os demais com origem ou destino a Rio Branco do Sul. A média é de 45 vagões por máquina. O grande vaivém de trens gerou várias mobilizações por parte de moradores.

Em 2000, o Ministério Público Estadual entrou com uma ação civil pública em função da poluição sonora causada pelos trens. Reclamações de moradores e a proximidade da linha férrea com o Hospital Cajuru motivaram a ação. A proposta era que os trens não circulassem no período entre as 22 e 6 horas, não emitissem sons acima do permitido e que fossem instaladas cancelas em todas as passagens de nível. O Ministério Público acredita que a solução da poluição sonora também resolverá a questão dos acidentes. O processo está aguardando sentença desde 20 de novembro de 2007 na 3ª Vara da Fazenda Pública.

A ALL argumenta que os maquinistas utilizam a buzina seguindo procedimentos internacionais de segurança praticado por ferrovias do mundo inteiro. A norma 215 do Regulamento Geral de Operação Ferroviária diz que "deve-se tocar a buzina da locomotiva antes de iniciar a movimentação, ao se aproximar de túneis, viadutos ou de uma passagem de nível". Além disso, a empresa realiza campanhas educativas, estão previstas 12 para 2009.

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