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Roger Santos chegou a ter dificuldades de respirar ao se queimar: casos de terça em Pontal são 76% das ocorrências | Jonathan Campos / Gazeta do Povo
Roger Santos chegou a ter dificuldades de respirar ao se queimar: casos de terça em Pontal são 76% das ocorrências| Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo

Tratamento

Siga essas orientações para que a queimadura não piore:

- Se uma água-viva grudar na pele, não tente retirá-la. Isso pode queimar também as mãos. Utilize luvas ou pinça para remover o animal.

- Nunca esfregue e nem coce o lugar queimado. A bolha poderá estourar e espalhar a substância tóxica por outros pontos.

- Se sentir dor de cabeça e enjoo procure o médico, pois é sinal de intoxicação.

- Não utilize remédios caseiros, nem gelo, pasta de dente, óleo, pomada ou urina na queimadura porque poderá infeccionar .

- A queimadura não deve ser exposto ao sol.

Fonte: Corpo de Bombeiros e Luiz Carlos Pereira - médico dermatologista

Segunda hipótese

Há ainda uma segunda hipótese para o aparecimento das caravelas e águas-vivas nas praias de Pontal do Paraná. Segundo a professora Maria Angélica Haddad, do departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná, a reprodução desses animais pode estar atrasada e por isso pode ter ocorrido maior incidência de aparecimentos na terça-feira (5). Pois elas precisam estar próximas para que ocorra a reprodução, uma vez que liberam gametas na água.

Apaser da maioria dos incidentes serem decorrente de água-viva, nessa época do ano a incidência da caravela é maior no Litoral do Paraná. Já a água-viva, geralmente, aparece em maior número nas praias do Paraná em setembro e outubro.

Maria Angélica destaca ainda que as duas espécies de água-viva mais comuns nas praias do estado estão entre as mais peçonhentas, são elas a Olindias sambaquiensis e Chiropsalmus quadrumanus. Com relação à caravela, um dos tipos mais comuns é a Physalia physalis. A professora afirma que os tipos mais comuns de caravela medem aproximadamente 15 centímetros de comprimento. Já água-viva tem entre 5 e 10 centímetros de diâmetro. (FL)

Matinhos e Curitiba - Os veranistas devem estar atentos aos riscos do mar. Além do perigo de afogamento, o banhista deve observar se há incidência de água-viva e caravelas na água. Só na última terça-feira, 139 ocorrências de pessoas queimadas por esses animais foram registradas apenas nos balneários de Pontal do Paraná. O número representa 76% do total de 181 casos dessa natureza registrados em todo o Litoral desde o ínicio da temporada, em 19 de dezembro, até ontem.

A primeira precaução é perguntar ao guarda-vidas se há registro de queimados na praia. Além disso, o banhista deve observar se não existem caravelas na superfície, pois elas flutuam, como explica a professora Maria Angélica Haddad, do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Já a água-viva exige mais atenção, pois fica debaixo da água e não é vista com facilidade.

Uma das hipóteses levantadas por Maria Angélica para o alto índice de queimaduras em Pontal pode ser a incidência de ventos fortes no Litoral. "É comum que as caravelas sejam levadas pelo vento até a costa. Já as águas-vivas não estão tão sujeitas a isso, mas o vento forte pode tê-las transportado também."

Assim que o veranista sentir ardência na pele enquanto estiver no mar deve sair imediatamente da água, já que a substância química expelida pelo animal pode causar queda de pressão, o que pode levar ao afogamento, diz o tenente Leonardo Mendes dos Santos, do Corpo de Bombeiros. "Não tente furar a bolha que se forma, porque a substância tóxica pode entrar em outros pontos da pele", alerta.

Um dos veranistas queimados terça-feira foi o comerciário Roger Balassa Santos, 20 anos. Ele sentiu o braço arder quando nadava no Balneário Santa Terezinha. "Eu até vi um fio preto, que era da caravela que me queimou", conta. Assim que saiu da água, Santos procurou o posto dos guarda-vidas para passar vinagre, produto que ajuda a aliviar a ardência e que está disponível nos postos dos bombeiros. Além de vinagre e da água do mar, a recomendação é para que nunca se use água doce e outros produtos.

Como a dor persistiu, Santos foi com o pai até o quartel de Santa Terezinha. Lá, o rapaz teve dificuldade de respirar e dor na coluna. "É como se estivesse paralisando o corpo", conta. Santos foi transferido ao pronto-socorro de Praia de Leste e ficou em observação por duas horas, tomando soro e anti-inflamatório.

A guarda-civil Sarina Nunes, 23 anos, saiu imediatamente da água no Balneário Primavera assim que sentiu uma ardência na pele e procurou o posto de guarda-vidas para passar vinagre. "Fui aproveitar minha folga e acabei queimada", lamenta. Segundo os bombeiros, neste dia o vinagre do posto durou apenas duas horas, de tantas ocorrências.

Além de passar vinagre, quem for queimado por água-viva ou caravela deve procurar atendimento médico. Nos casos mais graves, pode haver choque anafilático - reação alérgica intensa, com fechamento da glote e taquicardia. "Esse tipo de queimadura não se trata em casa. É preciso ir ao médico para que ele prescreva os remédios corretos", enfatiza o médico Luiz Carlos Pereira, chefe da Dermatologia da Santa Casa de Curitiba.

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