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Verão

Balanço de temporada

Ano-novo foi o dia com mais veranistas na praia: 2,2 milhões de pessoas circularam no Litoral, sendo 450 mil só em Matinhos |
Ano-novo foi o dia com mais veranistas na praia: 2,2 milhões de pessoas circularam no Litoral, sendo 450 mil só em Matinhos (Foto: )

Os 65 dias da temporada de verão no Litoral – entre 19 de dezembro de 2009 e 21 de fevereiro – foram marcados pela superação de marcas positivas e negativas. Incluindo alguns recordes que ajudam a contar como foi a estação mais quente do ano nas praias. Entre as marcas positivas, a multidão de 2,2 milhões de veranistas que invadiu as praias no réveillon. Entre as negativas, o aumento no número de mortes por afogamento, que chegaram a 14 nesta temporada.

Confira abaixo o que marcou o verão no Litoral paranaense.

Movimento

Praias cheias: 3,9 milhões de pessoas

Cerca de 2,2 milhões de pessoas escolheram o Litoral para passar a virada do ano, segundo a Polícia Militar (PM). No dia 1.° de janeiro, 400 mil pessoas circularam apenas pela orla de Matinhos e Caiobá – 16 vezes a população do município. Este foi o melhor dia do verão, que, segundo a Associação de Hotéis, Pousadas, Restaurantes, Bares e Similares do Litoral Paranaense (Assindilitoral), atraiu 3,9 mi­­lhões de pessoas em 65 dias.

O movimento foi maior do que temporada anterior, quando 3,6 milhões de pessoas foram ao Litoral. A Assindilitoral calcula que R$ 1 bilhão circulou pelo comércio.

Depois do ano-novo, o carnaval foi a data que mais atraiu os veranistas. Em cinco dias de folia, a média calculada pela PM foi de 1,2 milhão de pessoas. O pico foi no domingo de carnaval, quando 1,4 milhão de veranistas foram às praias. "Esse público teve uma característica itinerante. As pessoas não desceram a serra todas de uma vez. Todos os dias houve fluxos intensos nos dois sentidos das rodovias", diz o comandante da PM na Operação Verão, capitão Valdir Carvalho de Souza.

Para os donos de restaurantes, o verão deixou um gostinho de lucro. "Cerca de 90% dos proprietários comenta que o desempenho foi melhor do que 2009", diz o diretor-executivo da Associa­­ção Brasileira de Bares e Res­tau­rante no Paraná (Abrasel), Lu­­ciano Bartolomeu.

O mesmo não diz o comércio. Os presidentes das associações comerciais apontam queda entre 20% e 35% no movimento. "A temporada foi mais fraca por causa do mau tempo e do início precoce das aulas. E quem veio, desembolsou menos", diz o presidente da Associação Comercial e Industrial de Matinhos (Acima), Adauto Mendes Luders.(AB)

Tempo

Sem meio termo, clima bateu recorde

Entre os dias 19 de dezembro e 21 de janeiro, ou choveu muito ou fez muito sol. Foram 43 dias de chuvas – ou seja, 66% do período – registrados na estação de Guaratuba do Instituto Tecnológico Simepar. Quando o sol apareceu, causou recordes de temperatura.

Em Antonina, o dia 4 de fevereiro foi histórico: registrou 40,9°C, a maior temperatura do Paraná em 2010 e a mais alta na cidade desde que se começou a fazer a medição, em 1978. A sensação térmica naquela quinta-feira chegou a 59°C. Foram, desde o domingo anterior (31), dez dias de calor intenso.

Em Guaratuba, a temperatura mais alta foi 35,3°C, no dia 8 de fevereiro. Com tanto calor, o veranista teve de criar estratégias para suportar as altas temperaturas: escondeu-se sob o guarda-sol, passou mais filtro solar, tomou mais água e fugiu da praia nas horas mais quentes do dia.

O clima mal lembrava os dias de céu nublado e de chuva que marcaram o início da temporada. O maior índice de chuvas foi registrado em 8 de janeiro, quando houve alagamentos em vários pontos do Litoral, deixando 27 famílias desabrigadas. "Choveu acima da média histórica (de 300 mm) para o mês de janeiro. Nesse único dia, a estação de Guaratuba registrou acumulado de 215,4 mm", diz o meteorologista do Simepar, Marcelo Brauer.

Em janeiro, o acumulado das chuvas foi de 712 mm, duas vezes maior que a média histórica. Nessas horas, o jeito foi criar alternativas para não estragar as férias: desde jogos dentro de casa, até mudar o turismo de praia pelas cidades históricas – que registraram maior movimento nos dias de chuva. (AB)

Afogamentos

Imprudência aumenta na hora do banho

A imprudência engrossou os números de mortes por afogamento. Foram 14 óbitos até a última sexta-feira, contra oito na passada. Todas em locais e horários sem supervisão de guarda-vidas. Foram seis mortes por afogamento em praias, quatro em rios, três em ilhas e baías e uma em piscina.

O aumento acontece no ano em que os guarda-vidas atingiram a maior média de orientações e advertências. Foram 125.414 atendimentos entre os dias 19 de dezembro de 2009 e 16 de fevereiro de 2010 – média de 2.090 por dia.

"O que mais nos chamou a atenção foi o comportamento do banhista em relação aos óbitos", diz o relações-públicas do Corpo de Bombeiros, tenente Leonardo Mendes dos Santos. "Se estivesse em local protegido, a vítima não estaria nessa situação de risco porque seria orientada."

Em 11 dos 14 óbitos desta temporada, o banhista estava longe da supervisão dos guarda-vidas. Essa distância chegou a ultrapassar 5 quilômetros nos três casos que aconteceram no Rio Nhundiaquara, em Morretes.

Do total, três mortes foram após as 20 horas, quando os guarda-vidas encerravam as atividades. Os bombeiros, no entanto, afirmam que não têm a intenção de ampliar o horário para não incentivar banhistas a entrarem no mar à noite.

As novas bandeiras de sinalização, instaladas nas praias no início de fevereiro, estão entre os principais instrumentos para melhorar a orientação dos banhistas na próxima temporada. "Quanto mais advertido e orientado estiver o banhista, melhor o trabalho do guarda-vida, que é a prevenção", diz o major Paulo Henrique de Souza. (BMW)

Segurança

Número de ocorrências aumentou

As ocorrências policiais cresceram nessa temporada em relação às do ano passado, principalmente as apreensões de drogas (aumento de 98%), prisões (20,1%), atendimentos por lesão corporal (16,7%) e furto (6,1%). Os dados são da Polícia Militar (PM). Já os atendimentos de perturbação do sossego, que estão entre as principais demandas do veranista, caíram de 641 para 513, após ações de conscientização e de fiscalização.

Para a PM, o aumento dos atendimentos não significa que o Litoral esteja mais inseguro. Segundo a subchefe da Co­­municação Social da PM, tenente Denise Rauber Tavares, fatores como clima, movimentação de pessoas, tamanho do efetivo policial, descuido do veranista, confiança na polícia, consumo de drogas e até aumento dos preços influenciam nos registros de ocorrência. "Não que tenha crescido ou reduzido, porque questão numérica não é um limiar a ser seguido à risca", afirma.

O maior aumento foi nas apreensões de drogas. A tenente explica que essa temporada foi a primeira da atuação do Serviço Reservado da PM (policiais à paisana) para investigação de denúncias recebidas pelo telefone Nacordenúncia – 181.

Em relação aos furtos, a PM observa que a maioria deles tinha as mesmas características, o que indica a presença de quadrilhas especializadas.

Foram presas 573 pessoas até o dia 19 de fevereiro. A natureza das prisões será especificada em março, segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública.

O presidente do Conselho Comunitário de Segurança Pública de Matinhos, Sérgio Juarez Tavares, aponta que a Operação Viva o Verão deste ano foi uma das melhores. "A preocupação é maior na baixa temporada, quando a polícia vai embora", afirma. (BMW)

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