• Carregando...

Um sonho nas alturas

Aos 33 anos, o instalador Eduardo José Guilherme realizou o sonho de voar de parapente. Altura para ele não é problema, já que trabalha a mais de 100 metros, em torres de telecomunicações, em Curitiba. "Mas no trabalho fico preso, não tão livre como um pássaro, assim. Adorei a sensação de liberdade, o visual. O pouso também foi tranquilo", conta.

Serviço:

Voo de parapente: R$ 180. Idade mínima: 14 anos. Os voos só ocorrem com agendamento prévio e dependem da direção dos ventos. Pagamento em dinheiro ou cartão. Informações pelos telefones (41) 8429-1098, (41) 9624-0589 ou (41)3426-8226.

Limite

Sem fiscalização, controle de pessoas na ilha é prejudicado

Embora o governo do estado tenha determinado a criação de um plano de manejo para a Ilha do Mel, no fim do ano passado, na tentativa de delimitar a ação humana, nem mesmo o controle da entrada de pessoas no local é efetivo. Sem fiscalização, o número de turistas que permanecem na ilha em datas como réveillon e carnaval ultrapassa os cinco mil permitidos. Não há quem controle a entrada das "voadeiras" (barcos particulares) ou mesmo dos barcos oficiais após o horário permitido, que se encerra às 20 horas.

"Neste ano, a prefeitura pretende fazer o controle lá por Pontal do Sul, com a instalação de uma catraca. A entrada de mais pessoas que o permitido prejudica, porque a ilha não tem saneamento", explica a administradora regional da prefeitura de Paranaguá na Ilha do Mel, Vanusa Cristina da Silva. Segundo ela, a prefeitura está fazendo um levantamento da capacidade das pousadas e as medições para começar uma cobrança de IPTU. "O gasto anual do município aqui é de R$ 1,5 bilhão, sem nenhuma arrecadação. Agora, a prefeitura começará a receber R$ 2 por visitante, que antes eram repassados ao IAP."

      Ela é a estrela do litoral do Paraná, tem um nome sedutor e foi o destino de 62 mil pessoas na última temporada. Patrimônio cultural do estado, a Ilha do Mel, como diria o escritor Jamil Snege, "se fez por si mesma": apesar do potencial turístico, as belezas naturais seguem sendo quase o atrativo exclusivo de quem escolhe o local como destino.

      A Gazeta do Povo visitou a ilha durante o último sábado, para saber, afinal, o que é que há. Beleza, tem de sobra. Para os mais radicais, há opções também: um voo de parapente, saindo do Morro do Sabão.

      Sem agências com guias formais, os turistas podem obter informações sobre trilhas e praias com os funcionários de um posto de informações turísticas, mantido pelo poder público. Além de pousadas, também há moradores que fazem visitas guiadas, nas horas de folga de seus trabalhos formais. Mas o forte mesmo é o boca a boca.

      Em visita a parentes de Dois Vizinhos (Sudoeste do estado), o paulista de Diadema Albino Abatti, 44 anos, foi aconselhado a visitar a Ilha do Mel. "Eles disseram que era muito bonito, e é mesmo", relata.

      Acompanhado da família e de um casal de amigos, o contador curitibano Nelson Faret, 42 anos, diz gostar da ilha pela tranquilidade e pela beleza da paisagem. "Já vim duas vezes. Desta, vamos passar o dia, está ótimo!", afirma, enquanto fotografa a esposa e a filha na gruta da Praia de Encantadas.

      Viver bons momentos em família também foi o que motivou o publicitário Maurício Betti, 44 anos, e a psicóloga Izabel Chimelli, 39 anos, a escolher a ilha como destino para as férias. Com três filhas pequenas, eles passaram o Ano-Novo na Praia de Brasília e retornaram na última semana, para mais sete dias em Encantadas. O plano é pedalar. "Trouxemos as bicicletas de Curitiba," conta Izabel.

      No ar

      Para quem procura atividades esportivas, as alternativas que a ilha oferece são passeio de caiaque e voo de parapente. Proprietário de uma pousada e presidente do Clube de Parapente da Ilha do Mel, Herbert Cassoli, o Rato, conta fazer uma média de 15 voos por dia na alta temporada. "No Ano-Novo tinha muitos agendados, mas o vento não colaborou. Trabalho de acordo com a meteorologia, preciso ter 100% de segurança, senão, nem subo o morro."

      Com mais de 10 mil voos no currículo, Rato já chegou a ficar cinco horas nos ares. Os voos comerciais são realizados sempre à tarde e duram de 15 a 20 minutos. Para sair do morro do Sabão, que tem 80 metros de altura, é preciso que a velocidade mínima do vento seja de 20 km/hora. "Chegamos a voar a 380 metros de altura. A vista lá de cima é linda, dá para ver todo o litoral.

      0 COMENTÁRIO(S)
      Deixe sua opinião
      Use este espaço apenas para a comunicação de erros

      Máximo de 700 caracteres [0]